Brasil
Anvisa mantém a venda de cigarro eletrônico proibida no Brasil
Decisão considerou o cenário internacional de regulamentação, as manifestações da comunidade científica e a visão geral da consulta pública realizada pela agência reguladora.

Os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiram por unanimidade, em reunião nesta sexta-feira (19), manter proibida a comercialização no Brasil dos cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes.
Desde 2009, esses dispositivos não podem ser vendidos no país. Apesar disso, são facilmente encontrados no comércio
Para embasar a discussão, a agência elaborou um relatório que avaliou o impacto no país da proibição nos últimos anos, além da situação em outros países em que a comercialização foi liberada. O documento faz as seguintes considerações:
- 🚬 Aumento do fumo entre os jovens: nos países em que foram liberados, como Estados Unidos e Reino Unido, houve um aumento do fumo entre adolescentes e crianças, o que tem gerado uma crise de saúde e um movimento a favor da revisão da liberação.
- 🚬 Potencial de dependência: um dos argumentos da indústria é o de que o cigarro eletrônico seria menos viciante e, por isso, uma alternativa ao tabagismo. No entanto, as pesquisas recentes apontam que não é fato. Os vapes podem entregar até 20 vezes mais nicotina que o cigarro comum.
- 🚬 Ausência de estudos no longo prazo: Não há estudos que mostrem os riscos e efeitos no longo prazo. Um dos pontos de preocupação é a evali, lesão pulmonar que pode levar à morte em um curto espaço de tempo e é causada pelas substâncias presentes nos cigarros eletrônicos. Nos EUA, foram ao menos 70 casos de morte pela doença.
- 🚬 Impactos na política de controle do tabaco: o Brasil é referência no combate ao tabagismo, doença descrita para quem tem a dependência de cigarro. Um dos riscos analisados pela agência foi o aumento do consumo de tabaco no país com os cigarros eletrônicos.
ou online.
Como votaram os diretores
- Antonio Barra Torres
✅ A favor de manter a proibição.
Para embasar seu voto, o diretor-presidente da Anvisa e relator citou o cenário internacional de regulamentação do cigarro eletrônico, as manifestações da comunidade científica e a visão geral da consulta pública.
Barra Torres trouxe documentos como a publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de dezembro de 2023, que alerta que “a partir das evidências atuais, não é recomendado que governos permitam a venda de cigarros eletrônicos como produtos de consumo na prossecução de um objetivo de cessação”.
O diretor também listou os malefícios dos dispositivos eletrônicos, que podem causar lesões e até a morte, além de provocarem dependência.
Por fim, elencou novas medidas de combate à comercialização e ao consumo de cigarros eletrônicos – entre elas ações conjuntas com o Ministério da Educação para o desenvolvimento de práticas educativas sobre o tema e maior fiscalização para apreensão dos produtos.
- Danitza Buvinich
✅ A favor de manter a proibição.
Em seu voto, a diretora destacou que a possível liberação poderia contribuir para o aumento do consumo de tabaco comum, em especial por jovens, e ter um impacto negativo nas políticas de controle do tabagismo no Brasil.
A diretora ainda sugeriu a alteração de parte do documento para que permita a importação dos dispositivos para fins de pesquisa. A proposta foi aceita pelo relator.
- Daniel Pereira
✅ A favor de manter a proibição.
O diretor elogiou o processo robusto de evidências levantadas pela agência sobre o tema, além do protagonismo do Brasil na luta para o controle do tabagismo.
Pereira também citou os danos ambientais, os potenciais riscos às políticas públicas de combate ao tabagismo e o provável aumento do contrabando em caso de aprovação da venda e uso do cigarro eletrônico.
O diretor levantou dúvidas a respeito da responsabilização dos autores de propagandas de cigarros eletrônicos e sugeriu um ajuste na redação deste ponto, com a retirada do termo “ou por terceiros”. A proposta foi acolhida pelo relator.
- Rômison Mota
✅ A favor de manter a proibição.
O diretor destacou resultados de estudos que apontam o aumento da prevalência do consumo dos dispositivos eletrônicos em locais onda há a aprovação. Além disso, pontou que o uso do tabaco aquecido pode levar ao consumo de tabaco comum.
Mota também criticou o patrocínio da indústria do tabaco a propagandas e pesquisas que colocam os dispositivos eletrônicos como produtos mais seguros se comparados ao cigarro comum.
- Meiruze Freitas
✅ A favor de manter a proibição.
A diretora destacou os principais riscos à saúde do uso dos dispositivos eletrônicos, entre eles câncer de pulmão, infarte, AVC e doenças coronarianas grave. E reforçou que não existem evidências suficientes que comprovem a eficiência desses dispositivos para aqueles que buscam parar de fumar.
Freitas ainda alertou sobre os perigos de explosão desse tipo de cigarro, além da dificuldade de descarte desses eletrônicos.
Consulta pública
Na reunião desta sexta, foram exibidos diversos vídeos com a manifestação de participantes da consulta pública realizada pela agência sobre o tema.
Presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Mohamad Hamida foi um dos que defenderam a manutenção da proibição em razão do aumento do número de dependentes dos vapes.
A médica e pesquisadora Margareth Dalcolmo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), alertou para os “danos absolutamente irreversíveis nos pulmões” causados pelos vapes. Segundo ela, trata-se de uma “invenção diabólica”, que “vai gerar uma legião de pacientes com doenças crônicas”
Também houve manifestações do lado de quem é a favor da regulamentação. Representante da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Huilder Magno de Souza argumentou que a regulamentação é necessária para que haja um controle sanitário.
Brasil
Deputado José Airton defende aprovação de política nacional para conservação do bioma marinho

Durante sessão realizada nesta terça-feira, 27, em Brasília, o deputado federal José Airton defendeu com firmeza a aprovação do Projeto de Lei 6969/2013, que cria a Política Nacional para a Conservação e o Uso Sustentável do Bioma Marinho Brasileiro (PNCMar).
Segundo o parlamentar, a preservação dos oceanos e da biodiversidade marinha é uma urgência estratégica para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Ele destacou que o país precisa avançar na proteção de seus biomas, com base na responsabilidade ambiental e na justiça social.
“O Brasil possui uma das maiores zonas costeiras do mundo e uma biodiversidade marinha inestimável. Precisamos transformar isso em oportunidade de desenvolvimento sustentável, e não em mais uma área de devastação”, afirmou José Airton no plenário.
O deputado também parabenizou o autor do projeto, Sarney Filho (PV-MA), e o relator, Túlio Gadêlha (REDE-PE), pela iniciativa e pelo compromisso com a pauta ambiental. A proposta segue tramitando na Câmara e é considerada um passo importante para consolidar políticas públicas voltadas à proteção do patrimônio marinho nacional.
Brasil
Enem 2025: exame volta a valer como certificado do ensino médio

O Enem 2025 começou com uma novidade de peso: a volta da certificação do ensino médio. A medida, que estava suspensa desde 2017, permite que candidatos que atinjam a nota mínima possam obter o diploma apenas com o resultado da prova, sem precisar recorrer à Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou a exames supletivos.
A decisão reacende a esperança de milhares de brasileiros que não conseguiram concluir os estudos na idade certa. Com o Enem novamente servindo como porta de entrada para o diploma, a expectativa é de que mais pessoas busquem o exame como uma forma de recomeçar, seja para ingressar no mercado de trabalho ou seguir nos estudos.
Na prática, a retomada da certificação pode representar uma democratização maior do acesso à educação formal. Ao usar uma única prova com critérios já estabelecidos, o processo ganha agilidade e reduz burocracias, o que pode atrair quem havia desistido da conclusão do ensino médio por falta de alternativas acessíveis.
Para conseguir a certificação, o candidato precisa ter no mínimo 18 anos na data da prova, alcançar pelo menos 450 pontos em cada uma das áreas de conhecimento e tirar, no mínimo, 500 pontos na redação. Os critérios seguem os mesmos adotados antes da suspensão da certificação e devem ser solicitados posteriormente junto às instituições conveniadas ao Inep.
Brasil
Começam hoje as inscrições para o ENEM

Começaram nesta segunda-feira (26) as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, uma das principais portas de entrada para o ensino superior no Brasil. Os candidatos têm até o dia 7 de junho para se inscrever exclusivamente pela Página do Participante, disponível no site oficial do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Para realizar a inscrição, é necessário informar o CPF, a data de nascimento e os dados de contato, além de selecionar a opção de língua estrangeira (inglês ou espanhol) e a cidade onde deseja realizar a prova.
As provas estão marcadas para os dias 9 e 16 de novembro, com aplicação nacional em dois domingos consecutivos. No entanto, há uma exceção para três municípios do Pará — Belém, Ananindeua e Marituba —, onde o exame será realizado nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro. A mudança atende a uma medida excepcional adotada pelo Inep devido à realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que ocorrerá em Belém no mesmo período das provas.
A taxa de inscrição é de R$ 85,00 e pode ser paga até o dia 12 de junho por meio de boleto, Pix, cartão de crédito ou débito em conta corrente ou poupança, conforme opções disponíveis no sistema. Os candidatos que obtiveram isenção da taxa em 2025 devem ter feito o pedido durante o período estipulado e precisam estar atentos às regras: quem se ausentou das provas do Enem 2024 e solicitou nova isenção só teve o benefício mantido caso tenha apresentado uma justificativa aceita pelo Inep.
Com a nota obtida no Enem, os estudantes podem disputar vagas em universidades públicas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), concorrer a bolsas de estudo parciais ou integrais em instituições privadas de ensino superior através do Programa Universidade para Todos (ProUni), e ainda recorrer ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para custear as mensalidades em faculdades particulares. Além disso, diversas universidades portuguesas também aceitam a nota do Enem como critério de admissão em cursos de graduação, ampliando as oportunidades para quem deseja estudar no exterior.