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Ceará

Tortura transmitida ao vivo pelo Comando Vermelho termina em duas mortes no interior do Ceará

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Entre a noite de 16 e a madrugada de 17 de agosto de 2025, a cidade de Monsenhor Tabosa, no interior do Ceará, foi cenário de um crime bárbaro. Dois adolescentes e duas mulheres foram submetidos a sessões de tortura ordenadas pelo Comando Vermelho. A violência, registrada por telefone em transmissão ao vivo para um líder da facção, terminou com duas mortes e revelou a brutalidade da chamada “disciplina” imposta pelo grupo criminoso.

As primeiras vítimas foram dois irmãos de 15 e 17 anos, os jovens foram acusados de envolvimento com roubos de motocicletas e amarrados com as próprias camisas e em seguida, foram espancados com pedaços de pau, em meio a gritos e ordens de faccionados. A crueldade não parou aí: duas mulheres foram retiradas de casa e levadas ao mesmo local para também serem agredidas: O casal Paula Irene Feitosa da Silva, de 29 anos, e Mariana Martins de Sousa, de 32.

Durante a sessão, Paula e Mariana foram golpeadas com paus, socos e chegaram a ser sufocadas com sacos cheios de água. A cena ganhou contornos ainda mais graves porque toda a tortura foi transmitida ao vivo, via ligação telefônica, para Geovane da Costa de Sousa, o “Makinista”. Ele é apontado como líder da “Tropa do Makinista”, braço da facção Comando Vermelho responsável por impor punições na região.

Após a violência, as vítimas foram liberadas em estado grave e socorridas inicialmente por moradores que acreditaram se tratar de um acidente de moto. Enganada pelos criminosos, a comunidade acionou uma ambulância. No caminho do socorro, no entanto, Paula Irene não resistiu aos ferimentos e morreu. Mariana chegou ao hospital, mas fugiu após receber atendimento e não foi mais localizada.

O adolescente de 17 anos foi encaminhado em estado crítico para Sobral, após sofrer fraturas nas duas pernas e em um braço. Ele morreu no dia 18 de agosto, elevando para dois o número de vítimas fatais. Já o irmão mais novo sobreviveu e recebeu alta médica.

Com a gravidade dos fatos, a Polícia Civil iniciou rapidamente as investigações e identificou sete suspeitos de participação no crime. Três adultos foram presos: Victor Emanoel Silva Felix, de 23 anos, conhecido como “Vitão Marreta”; Iranildo de Sousa Barbosa, de 36, o “Iran”; e Ana Beatriz Estevão da Silva, de 22 anos, apelidada de “Bia”. Um adolescente de 16 anos também foi apreendido.

A Justiça converteu em preventiva as prisões de dois dos acusados. Já Ana Beatriz, grávida de sete meses, teve a prisão substituída por domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. O adolescente apreendido permanece à disposição do Judiciário. Outros integrantes da facção envolvidos na sessão de tortura seguem foragidos.

Segundo a investigação, Victor Emanoel atuava como executor das punições aplicadas pela facção. Ele seria responsável por impor as “disciplinas” ordenadas pelos chefes do Comando Vermelho, funcionando como espécie de braço armado e de intimidação local. Em Monsenhor Tabosa, atuava principalmente nos bairros COHAB e Carrapicho, exercendo funções de olheiro e cobrador de regras da organização.

Além do crime que resultou em duas mortes, “Vitão Marreta” é investigado por outros episódios de violência extrema. Em um deles, teria alvejado as mãos de moradores acusados de furto, como forma de punição exemplar. Esse histórico, segundo a polícia, reforça a crueldade do grupo e a lógica de controle social que ele exerce sobre comunidades vulneráveis.

O caso de Monsenhor Tabosa ilustra como facções criminosas expandem seu poder no interior do Ceará, utilizando a violência como forma de manter a ordem e intimidar a população. A transmissão ao vivo da tortura, acompanhada diretamente por um líder da facção, simboliza a institucionalização da barbárie como mecanismo de comando.

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Ceará

Arrastão em casas de Quixeramobim causa pânico entre moradores

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Criminosos realizaram um arrastão em várias comunidades do distrito de Uruquê, em Quixeramobim, na noite de quinta-feira (27). A ação envolveu invasões de residências e subtração de diversos objetos.

Imagens feitas após o crime mostraram parte do material roubado, que já foi recuperado pelas autoridades. Os itens foram encaminhados à Delegacia Regional para análise e registro dos procedimentos cabíveis.

Moradores relataram momentos de violência e intimidação durante o arrastão. Segundo relatos, os suspeitos entraram em diferentes propriedades, ameaçando famílias e causando sensação de pânico.

Em razão do clima de insegurança, algumas famílias deixaram temporariamente suas casas. Muitos buscaram abrigo na casa de parentes, temendo novas ações criminosas na região.

O caso reacende discussões sobre a vulnerabilidade da zona rural de Quixeramobim. Comunidades mais afastadas continuam enfrentando dificuldades relacionadas ao tempo de resposta policial e à presença reduzida de patrulhamento.

A ocorrência se soma a outros registros recentes no município, incluindo apreensões de armas, drogas e prisões por delitos diversos. Esses fatos reforçam que a criminalidade no interior permanece como desafio constante.

A Polícia Civil informou que está investigando as circunstâncias do arrastão, assim como a identificação dos envolvidos. Equipes seguem analisando imagens e depoimentos para avançar no inquérito.

As autoridades municipais e estaduais ainda não anunciaram novas medidas específicas para a região de Uruquê. Enquanto isso, moradores cobram ações que tragam maior sensação de segurança às comunidades afetadas.

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Ceará

Sete membros do Comando Vermelho morrem em confronto com a PM em Canindé

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Sete homens suspeitos de integrar a facção criminosa Comando Vermelho morreram durante um confronto com a Polícia Militar, na madrugada desta sexta-feira (31), no município de Canindé, interior do Ceará. A troca de tiros ocorreu no bairro Campinas, após equipes da PM receberem denúncias sobre a presença de criminosos armados circulando pela região.

Segundo a corporação, cerca de 15 suspeitos estavam reunidos no local, supostamente planejando ataques contra integrantes de grupos rivais. Ao perceber a aproximação das viaturas, o grupo teria reagido com disparos de arma de fogo, iniciando um intenso confronto. As equipes revidaram, resultando na morte de sete homens.

Nenhum policial foi ferido na ação. Após o cessar dos disparos, as forças de segurança realizaram uma varredura na área e encontraram diversas armas de grosso calibre, além de explosivos e munições. O confronto mobilizou equipes do Comando Tático Rural (Cotar) e da Polícia Militar de Canindé.

Entre o material apreendido estavam um fuzil, quatro pistolas, três revólveres e duas granadas, que precisaram ser detonadas de forma controlada por especialistas. Também foi apreendido um veículo utilizado pelos suspeitos, que estava estacionado nas proximidades do local onde o confronto ocorreu.

De acordo com informações da Polícia Militar, o grupo seria vinculado a atividades criminosas como tráfico de drogas, roubos e homicídios na região do Sertão Central. As autoridades acreditam que a quadrilha vinha atuando em municípios vizinhos e usava áreas rurais como esconderijo.

A ação faz parte de uma série de operações deflagradas pelo Governo do Estado para conter o avanço de facções no interior cearense. O enfrentamento direto a grupos armados tem se intensificado, principalmente em áreas de conflito entre facções rivais, como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Os corpos dos suspeitos foram recolhidos e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Canindé. O material apreendido foi levado para a Delegacia Regional, onde será periciado e anexado ao inquérito policial que apura o caso.

A investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil, que busca identificar oficialmente os mortos e apurar o grau de envolvimento de cada um com o crime organizado na região. Até o momento, nenhum dos suspeitos teve a identidade divulgada.

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Aluno de academia é executado ao sair de treino em Sobral

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Na noite de quarta-feira (22), um homem de 32 anos foi assassinado ao sair de uma academia no bairro Junco, em Sobral, Norte do Ceará. Conforme apurado, a vítima manobrava sua motocicleta no estacionamento interno do estabelecimento quando foi surpreendida por dois suspeitos. Segundo imagens de câmeras de vigilância, os atiradores já aguardavam no local e, ao verme a vítima, abriram fogo em sequência. 

As gravações mostram a vítima iniciando a saída da academia, quando os dois homens se aproximam e disparam diversos tiros. A vítima caiu ao lado da motocicleta e os autores fugiram ainda no mesmo espaço, abandonando ao menos uma arma no local.  O armamento abandonado e a cena registrada reforçam a hipótese de execução planejada.

Logo após o atentado, dois homens que treinavam na academia — identificados como policiais militares de folga — acionaram-se e iniciaram perseguição aos suspeitos. Resultado: um dos atiradores foi detido em flagrante: um adolescente de 15 anos foi apreendido no local. A polícia ainda busca o segundo autor.  O fato acelera o envolvimento de equipes da Polícia Militar do Estado do Ceará e da Polícia Civil do Estado do Ceará no inquérito.

O crime acende um alerta para ambientes que normalmente se consideram seguros. Academias, clubes e espaços de lazer — embora tenham fluxo controlado — podem transformar-se em palco de violência. A ocorrência coloca em evidência como a rotina de treino pode se ver subitamente invadida por atos de extrema letalidade.

No âmbito da segurança pública no Ceará, o episódio soma-se a uma sequência de ataques armados em contextos inesperados, em que vítimas jovens são alvejadas fora das zonas habituais de risco. Mesmo com registro em vídeo, a motivação do crime e o mandante continuam sob investigação, o que dificulta pronto esclarecimento.

Do ponto de vista investigativo, a evidência da arma deixada para trás, o vídeo da ação e a rápida intervenção dos policiais de folga oferecem bons indícios de avanço. A apreensão do adolescente de 15 anos também coloca uma peça chave sob custódia, o que pode levar à identificação de cúmplices e eventual mandante.

Não há até o momento divulgação oficial do nome da vítima pela polícia. A academia, segundo apuração, não emitiu posição além do que mostram as imagens captadas pelo circuito de segurança. 

Em conclusão, a execução do aluno de 32 anos ao sair da academia em Sobral segue sob investigação com um menor apreendido e evidência material preservada; resta à polícia identificar o segundo autor e definir a motivação, enquanto frequentadores e comunidade assistem ao caso em andamento.

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