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Suspeito confessa assassinato de empresário após cobrança do Comando Vermelho no Ceará

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Um jovem de 19 anos foi preso pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) acusado de assassinar o empresário Alexandre Roger Lopes Bastos, de 23 anos, em Itapajé, no interior do Estado. O crime teria sido motivado pelo não pagamento do valor exigido pela facção Comando Vermelho para permitir que comerciantes atuassem na região.

O homicídio aconteceu no dia 17 de agosto de 2025, dentro da churrascaria da vítima, localizada no bairro Santa Rita. Segundo a investigação, Alexandre havia sido cobrado por membros da facção a pagar uma mensalidade de R$ 1 mil, mas teria transferido apenas R$ 400. O valor menor foi interpretado como descumprimento da ordem, o que resultou na execução.

O suspeito, identificado como Lucas Mateus Moreira dos Santos, foi detido no dia 22 de agosto. Ele foi apontado por testemunhas como autor dos disparos e acabou confessando o crime durante interrogatório na delegacia de Itapajé. Apesar disso, negou qualquer vínculo formal com organizações criminosas.

De acordo com o depoimento, após os tiros, Lucas descartou a arma usada, jogando-a em um rio da região. A polícia ainda tenta localizar o armamento. Imagens de câmeras de segurança próximas ao local do crime reforçaram a autoria atribuída ao acusado.

Alexandre chegou a ser socorrido e encaminhado ao Instituto Doutor José Frota, em Fortaleza, mas não resistiu aos ferimentos. O caso causou comoção na cidade, já que o empresário era conhecido por administrar o próprio negócio e ter uma vida pública ativa.

A Polícia Civil indiciou o suspeito por homicídio qualificado e também por integrar organização criminosa. As autoridades solicitaram à Justiça a conversão da prisão em flagrante para preventiva, além da quebra do sigilo de dados do celular do investigado, para aprofundar as apurações.

O inquérito também aponta que a facção teria aumentado a cobrança de comerciantes locais após a fuga de um de seus líderes. Misael Negreiro Pinto, conhecido como “Bel”, teria rompido a tornozeleira eletrônica e desaparecido, deixando o grupo mais agressivo no controle das atividades ilícitas.

Esse caso se soma a outros episódios de violência relacionados à prática de “taxa de segurança”, mecanismo usado por facções para extorquir empresários e trabalhadores em diferentes cidades do Ceará. A PCCE mantém investigações em andamento para identificar outros envolvidos no crime.

Apesar de ter assumido a autoria dos disparos, Lucas não informou à polícia quem seria o mandante nem se recebeu pagamento para executar o crime. Essa parte da investigação é tratada como prioridade, já que pode revelar novos integrantes do esquema de cobrança ilegal.

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