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Quase meio milhão ligado ao tráfico será transferido para a Justiça do Ceará

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A Justiça Federal no Ceará determinou a transferência de quase meio milhão de reais, apreendidos durante uma investigação em 2020, para uma conta judicial vinculada a processos criminais no estado. O valor, de R$ 478,7 mil, estava bloqueado desde a Operação Enterprise, que apurava crimes de lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas.

O dinheiro foi encontrado em nome de Hugo Agenor dos Santos Dias, conhecido como “Alemão”, apontado como elo entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e a chamada Máfia dos Balcãs, grupo criminoso da Sérvia com ramificações no Brasil. Embora tenha sido absolvido no Paraná em um dos processos, Hugo não conseguiu comprovar a origem lícita da quantia.

Com isso, a Justiça entendeu que os valores deveriam ser transferidos para o Ceará, onde ele responde a outras ações penais ligadas à Operação Dontraz. Essa investigação revelou um esquema de tráfico marítimo de cocaína, iniciado em 2019, com embarcações saindo de Fortaleza em direção à África e à Europa.

Entre os casos mais emblemáticos estão as apreensões de 5,6 toneladas de cocaína no navio Alcatraz I, em abril de 2022, e 1,2 tonelada no Dom Isaac XII, em agosto do mesmo ano. Ambas as embarcações foram equipadas pelo grupo criminoso e usadas para despistar as autoridades.

A liderança financeira do esquema, segundo o Ministério Público Federal (MPF), ficava a cargo dos sérvios Aleksandar Nesic, conhecido como “Buda” ou “Cara de Sapato”, e Jovan Aracki Djordjevic, apelidado de “Boris”. Nesic é considerado representante da máfia sérvia no Brasil e teria atuado em parceria com Hugo Agenor na compra e adaptação de barcos.

Outro episódio citado nas investigações envolve o Palmares I, interceptado em setembro de 2023 com 3,6 toneladas de cocaína. De acordo com as autoridades, Hugo e Nesic chegaram a ser vistos vistoriando o navio meses antes da viagem. O caso reforçou a ligação entre os investigados e os grandes carregamentos de drogas que partiam do Ceará.

Além do tráfico, os investigadores identificaram um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 12 milhões entre 2019 e 2022. As estratégias incluíam transações imobiliárias, compra e venda de embarcações e movimentações bancárias fracionadas, tudo para ocultar a origem criminosa dos recursos.

Com a transferência do dinheiro para a Justiça Federal do Ceará, o valor permanecerá bloqueado até o fim dos processos. A medida garante que a quantia possa ser usada em caso de condenação para pagamento de multas, indenizações ou confisco definitivo, evitando que volte a circular nas mãos do crime organizado.

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Brasil

Deputado José Airton destaca compromisso climático em participação ativa na COP30

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O deputado federal José Airton Cirilo participou de uma das etapas preparatórias da COP30, realizada em Belém do Pará, reforçando seu envolvimento nas discussões internacionais sobre políticas climáticas. Sua presença no Fórum de Parlamentares da União Interparlamentar (UIP) evidencia o papel estratégico do Parlamento brasileiro na formulação de diretrizes para enfrentamento da crise climática — tema central para o futuro econômico, social e ambiental do país.

Durante a reunião, parlamentares de 47 países aprovaram um documento com 25 diretrizes essenciais para combater os efeitos do aquecimento global. O texto reconhece que a crise climática representa uma ameaça existencial, com impactos diretos sobre a segurança alimentar, hídrica, energética, a infraestrutura nacional, o sistema financeiro e, principalmente, os direitos humanos.

Entre os pontos defendidos e discutidos, destacam-se:

Transição energética justa e inclusiva, com redução gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis — como petróleo, carvão e gás natural — e incentivo ao crescimento das energias renováveis.

Fortalecimento dos planos de adaptação climática, com atenção especial às populações mais vulneráveis aos eventos extremos.

Valorização dos conhecimentos indígenas e tradicionais, reconhecendo sua importância na conservação da biodiversidade.

Incorporação do risco climático nas decisões públicas e ampliação do papel dos bancos multilaterais no financiamento de ações sustentáveis.

Reconhecimento do ecocídio como crime internacional e proteção aos defensores do meio ambiente.

Promoção da pesquisa, inovação e uso da inteligência artificial na busca de soluções para a crise climática.

Combate à desinformação climática, considerada um dos grandes desafios contemporâneos.

A presença de José Airton no evento reforça seu compromisso com o debate global e com a construção de políticas públicas que alinhem o Brasil aos principais esforços internacionais de mitigação e adaptação climática. Para ele, participar das discussões da COP30 significa ampliar a voz do Nordeste e defender uma agenda climática que considere as desigualdades regionais, a vulnerabilidade de comunidades tradicionais e a necessidade de desenvolvimento sustentável.

  1. Com a Amazônia como palco dessa edição histórica, a participação do parlamentar ganha ainda mais relevância. Além de acompanhar as negociações, José Airton contribui para assegurar que o Brasil exerça liderança nos compromissos ambientais e que as ações adotadas cheguem de forma concreta à vida da população.
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PF INVESTIGA FRAUDE DE R$ 12 BILHÕES NO BANCO MASTER

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A Polícia Federal deflagrou uma operação para apurar um suposto esquema de fraude financeira envolvendo o Banco Master, cujo prejuízo pode chegar a R$ 12 bilhões. A investigação aponta para a emissão irregular de títulos de crédito e movimentações consideradas atípicas, o que teria causado um rombo significativo na instituição.

A polícia federal prendeu na segunda-feira (17) Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, no aeroporto de Guarulhos. Ele estava tentando fugir em um avião particular para Malta, país na Europa.

Durante as buscas, agentes da PF apreenderam R$ 1,6 milhão em espécie na casa de um dos investigados. As autoridades também cumpriram mandados de prisão contra executivos do banco, incluindo o proprietário da instituição. A operação busca identificar a extensão das irregularidades e recuperar valores desviados.

O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master após identificar fragilidades graves na condução das atividades financeiras. A medida tem como objetivo preservar o sistema financeiro e permitir que um interventor analise as contas, contratos e a real dimensão das perdas.

De acordo com a PF, o esquema se baseava na criação e negociação de títulos sem lastro, prática que teria se repetido por anos. A suspeita é de que o dinheiro movimentado abastecia empresas do mesmo grupo econômico, aprofundando o prejuízo e mascarando a real situação financeira do banco.

A investigação também levanta dúvidas sobre a atuação de sócios e gestores que tinham acesso direto às operações internas. Os agentes afirmam que há indícios de fraude estruturada, com participação ativa da alta direção e uso de empresas paralelas para ocultar recursos.

A PF reforça que a operação faz parte de uma estratégia mais ampla de combate a crimes contra o sistema financeiro, com foco na descapitalização de grupos que utilizam estruturas bancárias para praticar golpes. Segundo os investigadores, novas fases da operação não estão descartadas.

O Banco Central deverá apresentar relatórios detalhados sobre a situação do Master nas próximas semanas, enquanto a PF segue analisando documentos, contratos e fluxos financeiros. O desfecho do caso dependerá da conclusão das perícias, do rastreio dos valores e da responsabilização civil e criminal dos envolvidos.

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Planalto avalia encerrar a “taxa das blusinhas”

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O Palácio do Planalto discute internamente a possibilidade de revogar o imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, conhecido como “taxa das blusinhas”. A medida, criada como forma de controle e arrecadação sobre produtos adquiridos em plataformas estrangeiras, voltou ao centro das negociações após novas pressões políticas e econômicas.

A discussão ocorre em meio à aproximação do ciclo eleitoral de 2026. Fontes próximas ao governo afirmam que a revogação é tratada como uma alternativa estratégica para reduzir desgaste junto ao público que mais utiliza sites como Shein, Shopee e AliExpress. O tributo foi alvo de críticas desde que entrou em vigor, sobretudo por atingir consumidores de baixa renda que buscam itens de menor valor.

Atualmente, além do imposto federal de 20%, essas compras continuam sujeitas ao ICMS estadual, que varia entre 17% e 20% conforme cada unidade da Federação. Mesmo que o governo federal elimine a taxa, a cobrança estadual permaneceria, o que significa que o custo final ao consumidor não seria totalmente zerado.

Criada como forma de supostamente equilibrar a concorrência entre varejistas nacionais e plataformas internacionais, a taxa se transformou em um divisor de opiniões. Parte do comércio brasileiro sustenta que o tributo reduz a desigualdade competitiva, já que empresas nacionais enfrentam maior carga tributária. Por outro lado, parlamentares e entidades de defesa do consumidor afirmam que a medida penaliza apenas quem compra produtos de baixo custo.

O Planalto avalia os impactos fiscais de uma mudança. A retirada da taxa significaria abrir mão de uma fonte relevante de recursos, em um momento em que o governo busca recompor receitas e cumprir metas fiscais.

O debate dentro do governo tem um componente político claro. A avaliação no Planalto é que uma medida de apelo popular poderia ajudar a melhorar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reta final de 2025, período considerado decisivo para o início da pré-campanha. Auxiliares admitem que o fim da taxa serviria como gesto simbólico para impulsionar a aprovação do petista antes de entrar no ano eleitoral, no qual ele já confirmou que tentará permanecer no cargo.

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