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O Papa se vai, a mudança fica
Francisco não precisou de pompa para fazer história. Primeiro latino-americano a ocupar o trono de Pedro, o argentino Jorge Mario Bergoglio quebrou tradições, enfrentou resistências e decidiu caminhar ao lado dos que mais sofrem. Morreu hoje (21) às 2:35 pelo horário de Brasília, aos 88 anos, depois de um longo período de internação.
Mas sua marca vai além do Vaticano. Foi o papa que falou de ecologia, acolhimento LGBTQIA+, empoderamento feminino e combate à pedofilia dentro da própria Igreja. Criou a “Praedicate Evangelium”, reformulando a estrutura do poder vaticano, e levou a escuta sinodal a outro nível: colocando o povo no centro do debate.
Foi também o pontífice que mais canonizou santos, reconhecendo mártires esquecidos e ampliando a representatividade de diferentes culturas e realidades dentro do catolicismo. Sua liderança não se apoiou em dogmas, mas em humanidade. Seus gestos – como lavar os pés de presidiários ou recusar morar nos aposentos papais – disseram mais do que discursos.