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Mulher é esfaqueada pelo ex-companheiro e tem orelha decepada em Fortaleza

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Elisângela Santos Gomes, de 47 anos, sobreviveu a um brutal. Na última segunda-feira (21), ela foi atacada a facadas pelo ex-companheiro dentro da mãe, no bairro Curió, em Fortaleza. O agressor, identificado como Francisco Ricardo Damásio de Oliveira, de 61 anos, invadiu o imóvel, pulou o muro e atacou a vítima. Além dos golpes, ele arrancou uma das orelhas de Elisângela com uma faca.

Testemunhas relataram que o ataque aconteceu diante de crianças da família e que só foi interrompido graças à reação da avó de Elisângela e de vizinhos que ouviram os gritos e invadiram a casa para conter o agressor. Francisco foi detido e espancado pela população até a chegada da Polícia Militar. Levado ao Instituto Dr. José Frota (IJF) com ferimentos, ele segue hospitalizado sob escolta policial.

Elisângela também foi encaminhada ao IJF em estado gravíssimo. Os médicos precisaram induzir coma e realizar duas cirurgias de emergência: uma para conter hemorragia e reparar artérias do braço, e outra para reconstrução facial. Na quarta-feira (23), a família informou que ela já está lúcida e em processo de recuperação, embora ainda inspirando cuidados.

O motivo do crime seria a recusa de Elisângela em reatar o relacionamento. Segundo familiares, Francisco não aceitava o fim do namoro e já vinha demonstrando comportamento agressivo. O histórico de ameaças se estende a outras situações: ele já havia agredido outra mulher no passado, em 2023, e a família agora tenta localizar a possível vítima para formalizar a denúncia.

Ele sempre demonstrou ciúmes e agressividade, segundo a filha da vítima. Apesar das evidências de risco, nenhuma medida protetiva havia sido registrada até o momento do crime. Francisco foi autuado em flagrante por tentativa de feminicídio e responde ainda por outros crimes ligados à violência doméstica. O caso segue sob investigação da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que agora busca entender se há outros registros anteriores que possam reforçar a acusação e ampliar a responsabilização criminal do agressor.

O caso de Elisângela não é isolado. Só nos primeiros meses de 2025, o Ceará registrou aumento nos casos de feminicídio e tentativa de feminicídio, especialmente em contextos de separação. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que a maioria das mulheres assassinadas no país foi morta por parceiros ou ex-parceiros, e em muitos casos, como o de Elisângela, os sinais de risco já haviam aparecido.

A brutalidade do ataque, que incluiu a mutilação da vítima, chocou até profissionais de segurança. Para especialistas, esse tipo de violência demonstra a intenção clara de domínio e humilhação por parte do agressor — um padrão comum em crimes de gênero motivados pela não aceitação da autonomia feminina.

A dor de Elisângela agora é também um grito coletivo. Ela sobreviveu — mas a que custo? A violência que tentou calá-la precisa ser combatida com a mesma força com que ela luta agora pela vida.

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