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Influenciadora presa movimentou R$ 217 milhões e comprou mansão de R$ 4 milhões via Pix

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A influenciadora digital Maria Karollyny Campos Ferreira, conhecida como Karol Digital, foi presa preventivamente em 22 de agosto, em Araguaína, no Tocantins. A detenção ocorreu no âmbito da Operação Fraus, que apura crimes relacionados à exploração de jogos ilegais, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

De acordo com a Polícia Civil, Karol Digital movimentou cerca de R$ 217 milhões entre 2019 e 2024. O valor foi identificado em contas bancárias ligadas a ela e a pessoas próximas, em operações financeiras de grande volume e sem justificativa compatível com sua atividade de influenciadora.

As investigações apontam que a influenciadora simulava ganhos em apostas para atrair seguidores. O que era apresentado como prêmios resultava, na verdade, de contratos publicitários e transações empresariais vinculadas ao esquema. A estratégia teria servido para ampliar a base de clientes e alimentar a rede de apostas clandestinas.

Além de Karol, o namorado dela, Dhemerson Rezende, também foi preso. Ambos são investigados por crimes como exploração de jogos de azar, associação criminosa, lavagem de capitais, corrupção passiva, tráfico de influência e crimes contra a economia popular.

A apuração teve início após denúncia do Ministério Público em 2023, quando a influenciadora adquiriu uma mansão de R$ 4 milhões à vista, via Pix. Novas compras de imóveis e bens de alto valor reforçaram as suspeitas. Entre as aquisições, estão propriedades avaliadas em até R$ 10 milhões, além da produção de um reality show transmitido a partir de sua própria residência.

Pelas redes sociais, Karol exibia um padrão de vida de luxo, com mansões, fazendas, haras, barcos e roupas de grife. O destaque ficava para a coleção de veículos esportivos, incluindo uma McLaren avaliada em mais de R$ 3 milhões. A ostentação servia de vitrine para atrair interessados em participar das apostas.

A Justiça determinou o bloqueio de todos os bens da influenciadora, incluindo imóveis, veículos, embarcações e contas bancárias. O objetivo é evitar a dissipação do patrimônio até a conclusão do processo. A defesa de Karol Digital classificou a prisão como ilegal e informou que recorrerá às instâncias superiores, inclusive ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados afirmam que não há provas suficientes para sustentar as acusações. Segundo o delegado Wanderson Queiroz, os indícios reunidos até o momento comprovam a ligação direta da influenciadora com o esquema de jogos e com a movimentação financeira considerada atípica. A investigação segue em andamento para identificar outros envolvidos e dimensionar a rede.

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