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Homem que mutilou cavalo em Bananal admite crime, mas tenta minimizar brutalidade

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O caso que revoltou moradores de Bananal, no interior de São Paulo, ganhou novos desdobramentos nesta terça-feira (19). O tutor do cavalo de 21 anos, morto após uma cavalgada de 15 quilômetros no último fim de semana, admitiu ter usado um facão para mutilar o animal, mas tentou relativizar a gravidade da ação. Em declaração, afirmou que não cortou as quatro patas, como foi denunciado, e sim apenas duas.

O cavalo teria morrido de exaustão, após percorrer um trajeto longo sob forte calor. Segundo o tutor, ao perceber a morte, ele decidiu amputar duas patas dianteiras e golpear o abdômen, alegando que queria facilitar o transporte do corpo até uma ribanceira. O argumento, entretanto, não reduziu a indignação popular, que classificou o ato como cruel e desumano.

“Estava com álcool no corpo. Não é culpa da bebida, é culpa minha. Reconheço os meus erros”, declarou. Apesar das palavras, a fala foi interpretada como uma tentativa de justificar a violência e minimizar a dimensão da mutilação. Nas redes sociais, internautas questionaram o tom usado pelo homem, apontando que a confissão soou mais como um esforço de defesa do que como demonstração de arrependimento.

A Polícia Civil de Bananal investiga o caso, registrado como crime de maus-tratos a animais com agravante pela morte. A perícia confirmou que duas patas foram decepadas e que o animal recebeu vários golpes no abdômen após a morte. A prefeitura também se manifestou, repudiando a brutalidade e informando que auxilia nas investigações.

A repercussão foi imediata. Ativistas e artistas como Luísa Mell, Paolla Oliveira e Ana Castela se pronunciaram, cobrando justiça e criticando a tentativa de amenizar o ato. “Monstro” e “covarde” foram alguns dos termos usados para se referir ao tutor. Para entidades de defesa animal, a gravidade do crime está na violência em si, e não na quantidade de membros amputados.

De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, maus-tratos que resultem em morte podem levar a penas de até cinco anos de prisão. Advogados ouvidos pela imprensa destacaram que a confissão e as provas colhidas fortalecem o inquérito.

O inquérito deve ser finalizado nos próximos dias e encaminhado ao Ministério Público. Até lá, o tutor segue em liberdade, mas a pressão popular cresce para que o caso tenha uma punição exemplar.

A tentativa de se defender dizendo que foram “apenas duas patas” não convenceu a opinião pública. Para quem acompanha o caso, o episódio já se tornou um símbolo de crueldade que dificilmente será esquecido.

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