Ceará
Festival Popular de Teatro de Fortaleza leva arte às escolas na segunda etapa da 14ª edição

O Festival Popular de Teatro de Fortaleza (FEPTEF) encerrou com sucesso a sua primeira etapa, mas, como a arte está por toda parte, a segunda fase do festival já tem data para começar. Entre os dias 10 e 14 de fevereiro, a programação leva a magia do teatro para dentro das escolas municipais, proporcionando aos estudantes uma experiência artística imersiva logo no início do ano letivo.
A iniciativa reforça o papel da arte na formação das crianças e jovens. O teatro se entrelaça com a educação ao estimular o pensamento crítico e a sensibilidade, tornando-se um importante aliado no desenvolvimento social e emocional dos alunos. E, desta vez, não é a criança que vai até a arte, mas a arte que vai até onde a criança está.
“O deslocamento da arte para dentro das escolas é essencial para democratizar o acesso à cultura. Nem sempre as crianças têm a oportunidade de frequentar teatros ou espaços culturais, então levar essa experiência até elas é uma forma de despertar novos olhares e fomentar o pensamento crítico desde cedo. Neste ano especial, em que a Cia Prisma de Artes celebra 40 anos de trajetória levando cultura e inclusão, seguimos firmes no compromisso de tornar a arte um direito acessível a todos”, destaca Raimundo Moreira, diretor da Cia Prisma de Artes e coordenador do festival.
Na primeira etapa do projeto, realizada no final do ano passado, aproximadamente 400 crianças foram impactadas em 16 escolas públicas de Fortaleza, Redenção e Baturité. Além de espetáculos teatrais, elas participaram de oficinas que, sob a orientação da Cia Prisma de Artes, proporcionaram um mergulho no universo cênico, indo além do ensino de técnicas para estimular a imaginação e a sensibilidade artística.
Agora, nesta nova fase, a programação conta com oficinas de palhaçaria, confecção de mamulengos e teatroterapia, ampliando as possibilidades de expressão e aprendizado dos estudantes. Cada uma dessas atividades oferece uma abordagem única para a construção do conhecimento, integrando arte e educação de maneira lúdica e transformadora.
“A arte é uma ferramenta poderosa de inclusão e desenvolvimento humano. Quando levamos teatro para dentro das escolas, estamos não só promovendo cultura, mas também criando oportunidades para que essas crianças e jovens descubram novas formas de se expressar e se conectar com o mundo ao seu redor”, reforça Raimundo Moreira.
O Festival é uma realização da Cia Prisma de Artes, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e apoio cultural da Enel. Conta com o suporte do Governo do Estado do Ceará, via Secult Ceará, e a Lei do Mecenato, além de incentivo da Lei Rouanet, através do edital Rouanet Favelas.
Confira a programação:
10/02 – Segunda-feira
Horário: 7h30 às 11h30
Confecção de Mamulengo – com Calu Maravilha
Escola: Municipal Professor João Hipólito de Azevedo e Sá
11/02 – Terça-feira
Horário: 7h30 às 11h30
Confecção de Bonecos – “Borboleta sem Asas” – com João Andirá
Escola: Municipal Professor João Hipólito de Azevedo e Sá
12/02 – Quarta-feira
Horário: 7h30 às 11h30
Palhaçaria Clássica – com Sâmia Bitencourt
Escola: EEFM Antônio Dias Macedo
Horário: 13h às 17h
Teatroterapia – com Cia Teatral Acontece
Escola: EEFM Professora Maria Gonçalves
13/02 – Quinta-feira
Horário: 13h às 17h
Teatroterapia – com Cia Teatral Acontece
Escola: EEFM Professora Maria Gonçalves
14/02 – Sexta-feira
Horário: 7h30 às 11h30
Palhaçaria Clássica – com Sâmia Bitencourt
Escola: EEFM Antônio Dias Macedo
Ceará
PF desmonta esquema de contrabando, falsificação e consultoria ilegal de eletrônicos no Cariri cearense

A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (29) a Operação Import Off, com o objetivo de desarticular um esquema de contrabando, falsificação de produtos eletrônicos e assessoria clandestina para o comércio ilegal no Ceará. A ação ocorreu nas cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, todas na região do Cariri.
Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela 16ª Vara Federal da Justiça Federal em Juazeiro do Norte. Durante as diligências, os agentes apreenderam 136 celulares, além de R$ 22 mil em espécie, notebooks, HDs, mídias digitais e documentos físicos relacionados à atividade criminosa.
Segundo a PF, o esquema envolvia a importação irregular de eletrônicos, especialmente celulares de marcas como Apple e Samsung, por rotas alternativas que evitavam a fiscalização da Receita Federal. Os produtos chegavam ao Brasil sem recolhimento de impostos e eram revendidos no comércio local com notas falsas ou sem nota fiscal.
As investigações revelaram ainda que alguns dos alvos atuavam não apenas como vendedores, mas também como falsificadores de marcas e consultores para novos contrabandistas. Eles orientavam interessados sobre como comprar, trazer e revender os produtos de forma clandestina, oferecendo inclusive suporte técnico e dicas logísticas para burlar os controles alfandegários.
Os suspeitos podem responder por contrabando, descaminho, falsificação de marcas, sonegação fiscal e associação criminosa. As penas, somadas, podem ultrapassar 10 anos de reclusão.
A operação é resultado de uma força-tarefa entre a Polícia Federal e a Receita Federal, que identificou um crescimento no volume de mercadorias ilegais circulando na região e o envolvimento de pessoas que se profissionalizaram nesse tipo de crime, atuando como verdadeiros “consultores” do mercado paralelo de eletrônicos.
Artigo de opinião
A cada dia, duas crianças ou adolescentes se tornam mães no Ceará: quando a infância é interrompida cedo demais

No Ceará, a infância de muitas meninas tem data marcada para acabar. Segundo dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), só nos quatro primeiros meses de 2024, nasceram 664 bebês de mães com idades entre 10 e 14 anos no estado. Isso significa que, a cada 24 horas, duas meninas — que ainda deveriam estar brincando ou na escola — se tornam mães.
Artigo de opinião por Aryanne Costa
Esses dados chocam, mas não são novidade. Em 2014, o número de nascimentos de mães nessa faixa etária ultrapassava 1.400 ao ano. Houve uma redução importante, mas o número ainda revela uma realidade grave, marcada por vulnerabilidade social, falta de educação sexual adequada e, em muitos casos, violência.
Pela legislação brasileira, toda relação sexual com menores de 14 anos é considerada estupro de vulnerável — ou seja, crime, mesmo que a criança ou adolescente diga ter consentido. A justificativa legal é clara: abaixo dessa idade, presume-se que a pessoa não tem discernimento suficiente para consentir com relações desse tipo.
Mas a realidade é complexa. Nem todos os casos envolvem um adulto. Às vezes, são dois adolescentes ou crianças envolvidas em uma relação sexual precoce. Nesses casos, a Justiça costuma avaliar com mais cuidado, e, na maioria das vezes, não se pune criminalmente menores de 14 anos entre si, mas sim se aciona o Conselho Tutelar e redes de proteção para orientação.
Já quando há um desequilíbrio de idade — por exemplo, um menino de 16 anos e uma menina de 12 — a situação pode ser tratada como ato infracional, e o adolescente pode responder por estupro de vulnerável, ainda que não tenha havido violência.
Outro ponto polêmico levantado por especialistas é o uso de métodos contraceptivos em meninas tão novas. Embora alguns profissionais de saúde defendam a oferta de anticoncepcionais para prevenir gestações indesejadas, isso não pode ser visto como uma autorização para que crianças tenham relações sexuais. Crianças precisam de cuidado, não de anticoncepcional. Além disso ser um fator que pode agravar ainda mais o índice de estupros de adultos próximos.
Como cristã, é difícil não se indignar. A infância é sagrada. Nenhuma menina deveria carregar no colo um bebê enquanto ainda dorme com a boneca do lado. E embora o aborto seja um tema sensível dentro da fé, nos casos em que a gravidez é fruto de estupro ou envolve risco de vida para a mãe, a própria legislação brasileira autoriza o procedimento.
O problema é que, muitas vezes, essas meninas nem chegam a saber que têm esse direito. Ou, quando sabem, enfrentam um sistema que não acolhe, que julga e que demora. A burocracia, o preconceito e a desinformação fazem com que a maioria dessas gestações siga até o fim, independentemente do trauma envolvido.
Do ponto de vista social, as consequências são profundas. Muitas abandonam a escola, enfrentam rejeição familiar ou são forçadas a continuar em relações abusivas. A maternidade precoce também aumenta o risco de complicações de saúde e de perpetuação de ciclos de pobreza e violência.
Não se trata apenas de discutir números. São histórias reais, de meninas reais. Cada dado representa uma infância interrompida, um corpo exposto a riscos e uma alma que talvez leve muito tempo para entender o que aconteceu com ela.
É preciso falar sobre isso com coragem e sensibilidade. Proteger nossas crianças é mais do que garantir acesso a serviços — é ensinar, acolher, orientar e, acima de tudo, respeitar o tempo de cada uma. Tempo de brincar, de crescer, de ser apenas criança.
Enquanto duas meninas se tornam mães por dia no Ceará, é urgente que todos — famílias, escolas, igrejas e autoridades — se unam para impedir que a próxima infância seja interrompida. Antes do primeiro choro do bebê, houve um silêncio da sociedade. E é esse silêncio que precisa acabar.
Esse é um artigo de opinião e não representa, necessariamente a visão do jornal.
Ceará
Júri é marcado para torcedores acusados de matar jovem na Serrinha em emboscada de torcida

A Justiça cearense marcou para o dia 17 de setembro de 2025, às 9h30, o julgamento dos torcedores do Fortaleza acusados de espancar até a morte Ítalo Silva de Lima, torcedor do Ceará. O crime ocorreu no bairro Serrinha, em Fortaleza, na Rua Governador João Carlos, nas proximidades do cruzamento com a Rua Magnólia, onde há residências e a Escola Duque de Caxias. Era um sábado, e Ítalo estava a caminho do estádio para assistir à partida entre Ceará e Iguatu, quando foi surpreendido por uma emboscada.
Câmeras de segurança flagraram o momento em que o jovem foi atacado com socos, chutes e pedaços de madeira por integrantes da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF). A violência foi tamanha que a perícia apontou traumatismo craniano como causa da morte. Ítalo tinha apenas 29 anos e nenhum antecedente criminal.
Segundo o Ministério Público do Ceará, o ataque foi premeditado por membros de um grupo autodenominado “Bonde dos Hooligans”, um núcleo da TUF voltado a ataques organizados contra torcedores rivais. Ao todo, sete adultos e dois adolescentes foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, associação criminosa e corrupção de menores.
Entre os réus principais estão Edson Rodrigues Taveira, Herson da Silva Lima e Luiz Cláudio Teles Costa Júnior. A Justiça negou o pedido da defesa para desmembrar o processo, e todos os acusados irão a julgamento conjunto no Fórum Clóvis Beviláqua, presidido por um juiz da 3ª Vara do Júri de Fortaleza.
A região onde ocorreu o crime é um bairro residencial, onde crianças estudam e famílias circulam diariamente. A proximidade com a escola pública Duque de Caxias tornou o episódio ainda mais revoltante para quem vive na área. Moradores relatam que a cena foi brutal e gerou desespero em quem testemunhou a agressão.
O Ministério Público defende que não se trata de uma briga de torcidas, mas de um ato planejado de execução. “Eles escolheram o local e a hora. Sabiam quem estavam esperando. A intenção era matar, e foi isso que fizeram”, disse um dos promotores do caso.
Desde o assassinato, a família de Ítalo vem clamando por justiça. Em vídeos nas redes sociais, a mãe do torcedor relembrou o último dia do filho e pediu que o caso não seja esquecido. “Meu filho saiu pra ver o time dele jogar. Não sabia que estava indo para a morte”, desabafou.
Esse não foi um caso isolado. Em 2022, um adolescente de 15 anos, também torcedor do Ceará, foi morto em circunstâncias semelhantes. Ele foi espancado a pauladas por membros da TUF e também será tema de um júri popular.
As autoridades esperam que o julgamento traga respostas e sinalize um limite para a escalada de violência associada às torcidas organizadas. A data de 17 de setembro será aguardada com expectativa não só pela família de Ítalo, mas por todos que se recusam a aceitar que o futebol continue sendo usado como justificativa para matar.
No lugar onde a rua deveria ser caminho para o estádio, ficou uma lembrança amarga. A camisa do time não protegeu Ítalo. O grito que ele não deu na arquibancada ecoa agora em busca de justiça.
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Ceará1 dia atrás
PF desmonta esquema de contrabando, falsificação e consultoria ilegal de eletrônicos no Cariri cearense
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Após confirmação da causa da morte, corpo de bebê é velado, vítima de triplo homicídio, é velado.
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probe
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Entre versões e polêmicas, um fato se impõe: Carla Zambelli está presa