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Ciro Gomes pede desfiliação do PDT

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O ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes oficializou nesta sexta-feira (17) sua saída do Partido Democrático Trabalhista (PDT), legenda à qual estava filiado desde 2015. O pedido foi encaminhado por carta ao presidente nacional do partido, Carlos Lupi, conforme confirmaram veículos que tiveram acesso ao documento. A decisão encerra uma trajetória de quase dez anos marcada por duas candidaturas presidenciais e por divergências internas crescentes.

Ciro afirmou estar “infeliz” no partido e declarou que a “burocracia do PDT” o teria afastado do comando político no Ceará, seu principal reduto eleitoral. A frase, que ecoou entre apoiadores e analistas, resume o sentimento de frustração do ex-ministro com os rumos da legenda tanto no Estado quanto no cenário nacional.

O descontentamento de Ciro estaria ligado, principalmente, à condução do diretório estadual e à reaproximação do PDT cearense com o governador Elmano de Freitas (PT). O movimento de alinhamento com o Partido dos Trabalhadores desagradou Ciro e setores de sua base, que defendem uma posição mais independente em relação ao governo federal.

Analistas apontam que as divergências regionais expuseram um racha interno no PDT, dividido entre alas que apoiam o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e outras que mantêm postura crítica. As disputas por espaços políticos e pelo comando partidário no Ceará vinham sendo noticiadas há meses, agravando o desgaste entre Ciro e a direção nacional.

O rompimento, segundo especialistas, reflete uma diferença de visão estratégica: enquanto a direção do PDT prioriza alianças e pragmatismo eleitoral, Ciro vinha cobrando uma linha ideológica mais firme e um reposicionamento da legenda como alternativa à polarização política nacional.

A saída do pedetista repercutiu imediatamente no meio político. Diversos veículos confirmaram que Ciro recebeu sondagens e convites de outras siglas, entre elas o PSDB e o União Brasil. Fontes próximas ao ex-ministro indicam que a tendência mais provável é uma futura filiação ao PSDB, embora ainda não haja definição oficial.

A movimentação é interpretada como parte de uma estratégia voltada para 2026, especialmente no Ceará, onde Ciro é cotado para disputar novamente o governo estadual. Caso confirme a troca de partido, ele pode reorganizar alianças regionais e influenciar diretamente o cenário eleitoral local.

 

Com a saída formalizada, Ciro encerra um ciclo iniciado há quase uma década, marcado por tentativas de se consolidar como alternativa à polarização entre PT e bolsonarismo. O ex-ministro afirma que continuará defendendo suas bandeiras históricas, mas agora fora da legenda que por anos foi a principal plataforma de seu projeto político.

 

 

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