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Chefes do CV escondidos no RJ interferiram em eleição no Ceará

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Chefes do Comando Vermelho, foragidos na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, manipularam as eleições municipais de 2024 em Santa Quitéria, no interior do Ceará. Segundo o Ministério Público, os criminosos determinaram a compra de votos, distribuíram drogas e usaram ameaças para intimidar adversários e eleitores. Até o cartório eleitoral foi alvo de ameaças, numa tentativa clara de sufocar a democracia com medo e violência.

Entre os investigados está Anastácio Pereira Paiva, conhecido como “Doze” ou “Paizão”, apontado como liderança do CV na Região Norte do Ceará. Mesmo distante fisicamente, ele teria comandado ações em favor da campanha de José Braga Barrozo, o “Braguinha” (PSB), reeleito prefeito. Em troca do apoio, servidores da prefeitura teriam entregado um carro de luxo a Doze no Rio — um Mitsubishi Eclipse Cross localizado pela polícia na Rocinha.

Durante o período eleitoral, um jovem de 19 anos, ligado à facção, foi enviado do Rio de Janeiro a Santa Quitéria para ameaçar eleitores e candidatos. A intenção era garantir que o voto fosse conduzido conforme os interesses do crime organizado. A prisão do suspeito e a descoberta das conexões entre os envolvidos revelaram um esquema que ultrapassou fronteiras e infiltrou o poder público local.

Com as provas reunidas, a Justiça Eleitoral cassou os mandatos de Braguinha e de seu vice, Gardel Padeiro (PP), por abuso de poder político e econômico. O MP também pediu a inelegibilidade dos envolvidos e a exoneração dos servidores que participaram da entrega do veículo. A operação evidencia como o crime organizado está disposto a controlar não só territórios, mas decisões que pertencem ao povo.

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