Destaque
Brasil se declara livre da gripe aviária

O Brasil se declarou oficialmente livre da gripe aviária em aves comerciais nesta quarta-feira (18), menos de um mês após registrar o primeiro e único foco em granja no Rio Grande do Sul. A notificação foi enviada à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), com a qual o país agora tenta negociar a suspensão de embargos impostos por dezenas de países.
A medida era esperada desde o início de junho, quando o Ministério da Agricultura informou que o ciclo de desinfecção da granja contaminada em Montenegro (RS) havia sido concluído. Desde então, não houve novos registros da doença em aves comerciais, o que permitiu o cumprimento dos 28 dias de vazio sanitário exigidos pelos protocolos internacionais.
Apesar da rápida resposta sanitária e do controle localizado do surto, mais de 40 países restringiram de forma parcial ou total as importações de frango brasileiro — o que impacta diretamente um dos maiores setores do agronegócio nacional. Em 2024, o Brasil foi o maior exportador mundial de carne de frango, com embarques para mais de 150 nações.
O governo agora busca a reabertura desses mercados com base na reclassificação sanitária. Países como Japão e China, que representam fatias relevantes das exportações, ainda não indicaram se aceitarão imediatamente a retomada dos embarques. Em paralelo, autoridades brasileiras trabalham com a possibilidade de flexibilizações graduais, por estado ou por município.
Importante lembrar que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne ou ovos. Também não houve qualquer caso da doença em humanos no Brasil, e o consumo interno não foi afetado. A crise, portanto, foi de natureza comercial, não sanitária — mas com impacto bilionário.
Com o novo status internacional, a indústria avícola brasileira espera recuperar sua posição nos mercados externos e reforçar a imagem de controle e transparência sanitária. A depender do ritmo das negociações bilaterais, o prejuízo pode ser atenuado ainda neste segundo semestre.
Artigo de opinião
Guerra Não É Jogo: A Tragédia Real por Trás das Torcidas Virtuais

Enquanto civis morrem de verdade, o mundo escolhe lados como se fosse disputa esportiva — e a empatia vira mais uma vítima do conflito.
Esse é um artigo de opinião e não retrata, necessariamente, o posicionamento do jornal.
De um lado, um governo israelense responsável por mais de 50 mil mortos em Gaza, que transforma a fome em política de extermínio e faz do bloqueio humanitário uma arma de guerra. Do outro, um Irã que, além de alimentar conflitos na região, mantém um regime autoritário, opressor com mulheres, dissidentes e minorias. No meio disso tudo, há um fato que atravessa todas as frentes: os civis continuam sendo as principais vítimas.Uma guerra que virou palco de cinismo político.
Donald Trump, com seu estilo imprevisível, faz declarações dúbias e belicosas. Ora ameaça atacar, ora diz que pode mudar de ideia no último segundo. Durante uma coletiva nesta quarta-feira (18 de junho), o presidente norte-americano elogiou os bombardeios israelenses, chamou-os de “excelentes” e “muito bem-sucedidos”, e afirmou que o Irã deveria se preparar para “ações ainda mais brutais” caso não aceite um acordo que nem está claro qual seria.Enquanto isso, Teerã responde com o mesmo tom de desafio. Recusa qualquer possibilidade de negociação “sob coerção ou vindas de um bélicoso em decadencia” e promete retaliar a qualquer nova ofensiva. Os líderes iranianos fazem questão de posar como resistentes, defensores da soberania nacional, enquanto seguem reprimindo mulheres, enforcando homossexuais e sufocando qualquer forma de dissidência interna.
A diplomacia está, literalmente, em ruínas. A sexta rodada de negociações prevista em Omã foi suspensa. Rússia e China, aliados estratégicos de Teerã, já mandaram recados duros a Washington, alertando para as “consequências irreparáveis” caso os EUA entrem de vez no conflito. O risco de uma guerra em larga escala, com efeitos imprevisíveis, está mais real do que nunca.
Gaza: um genocídio à vista de todos
É impossível falar da atual escalada sem mencionar o que acontece há meses na Faixa de Gaza. Israel está usando a fome como arma de guerra. Organizações humanitárias denunciam bloqueios sistemáticos à entrada de alimentos, medicamentos e ajuda emergencial. O cerco é total, e a população civil paga um preço altíssimo.Chamar isso de genocídio não é exagero retórico. É uma constatação respaldada por números e por declarações de especialistas em direito internacional. Estamos vendo, em tempo real, um povo sendo exterminado lentamente, enquanto parte da comunidade internacional finge não ver. Os que ousam criticar são logo tachados de “antissemitas”, numa inversão perversa que confunde a defesa de direitos humanos com preconceito.
Irã: um regime que também mata e oprime
Mas se é importante denunciar o que Israel faz em Gaza, é igualmente necessário olhar para o outro lado. O Irã não é uma vítima inocente nesta história. É um regime que persegue mulheres por não usarem véu, que prende, tortura e executa opositores, que criminaliza a homossexualidade a ponto de condenar pessoas à morte apenas por sua orientação sexual.
É também um país que financia milícias, que desestabiliza vizinhos e que agora, com o respaldo de potências como a Rússia, tenta se posicionar como um mártir da geopolítica.Não dá para escolher um lado “bonzinho” nesse conflito. Ambos os governos — israelense e iraniano — têm as mãos sujas de sangue. Ambos usam a população civil como escudo e como moeda de troca no tabuleiro da guerra.
A polarização cega e a morte da empatia
Nas redes sociais, o cenário é o reflexo da tragédia: polarização extrema. Há os que demonizam o Irã e fazem vista grossa ao genocídio em Gaza. Há os que romantizam a “resistência iraniana” e ignoram os mísseis caindo sobre civis israelenses. O que parece ter morrido de vez é a empatia.
Transformamos vítimas em hashtags, mortos em gráficos, e tragédias humanas em combustível para nossas guerras ideológicas de sofá. De um lado e de outro, cresce a cegueira seletiva. A dor do outro só importa quando ela confirma a nossa narrativa.
Enquanto isso, os líderes seguem alimentando seus discursos de força e resistência, como se fossem personagens de um jogo de estratégia, contando mísseis lançados como se fossem pontos de vitória.
Conclusão: é preciso romper o ciclo de hipocrisia
Não dá mais para tratar esse conflito como um jogo de torcida. Não existe herói nessa história. Há vítimas. Muitas. E enquanto a comunidade internacional seguir incapaz de fazer pressão real por cessar-fogo, investigações independentes e responsabilização de crimes de guerra, o ciclo de horror vai continuar.Quebrar esse ciclo exige mais do que indignação momentânea nas redes sociais ou discursos inflamados nas Nações Unidas. Exige coragem política, diplomacia séria e, acima de tudo, humanidade.Porque enquanto líderes discutem prazos e estratégias, o Oriente Médio segue em chamas — e os civis continuam sendo sufocados pelo medo, pela dor ou pela morte.
Cultura
Morre Paulo Limaverde – Ícone da Rádio Clube 1200

Nota de Falecimento – Paulo Limaverde Ícone da Rádio Clube 1200 e do rádio cearense
Faleceu nesta terça-feira (17), aos 85 anos, o jornalista e radialista Paulo Limaverde, internado no Hospital São Mateus, em Fortaleza. Ele veio a óbito em decorrência de pneumonia e complicações cardíacas.
O velório aconteceu 13h de hoje, na Funerária Ternura, no bairro Aldeota. A missa de corpo presente acontece foi 19h, e o corpo foi posteriormente cremado em cerimônia reservada à família.
Paulo Limaverde foi um dos grandes nomes da Rádio Clube 1200, onde construiu uma trajetória de décadas, marcada pelo talento, ironia refinada, domínio da palavra e grande popularidade. Ele foi um dos principais nomes das radiofonias dramáticas — as inesquecíveis rádio novelas —, que marcaram época e tocaram gerações de ouvintes cearenses. A comunicação estava em seu sangue: seu pai, José Limaverde, também foi referência na rádio, apresentando o histórico programa “Hora da Saudade”, imortalizado pelo bordão “Coisaaas que o tempo levou”. O irmão de Paulo, Narcélio Limaverde, foi igualmente um comunicador de peso.
Além da Rádio Clube, Paulo atuou na Rádio AM do O POVO (atual O POVO CBN), Rádio Verdes Mares (Verdinha AM), Ceará Rádio Clube, TV Globo, TV Ceará – Canal 2 (quando afiliada à Rede Tupi) e TV Rádio Clube de Teresina. No impresso, assinou colunas diárias nos jornais O Estado e O POVO.
Entre seus bordões mais marcantes está o irreverente e enérgico “Bota, Seu Paulo bota!”, que se tornou sua assinatura no rádio e símbolo de sua presença vibrante no ar.
Em 2008, Paulo se apresentava assim em seu blog pessoal:
> “Paulo Limaverde nasceu em Fortaleza no dia 16 de Dezembro, na Avenida do Imperador — portanto uma rua antes e um dia depois do Tasso Jereissati, já que ele nasceu no dia 15 e na Avenida Tristão Gonçalves. É jornalista profissional, acumulando as funções de radialista aposentado pelas desilusões. Atualmente pratica o jornalismo internacional e aproveita os espaços para escrever um livro que já está em fase de impressão e que se intitula ‘…de Mathias Beck a Tasso Jereissati’. É casado e pai de quatro filhos — dois homens e duas mulheres — todos já encaminhados e sem terem caído na vida de radialista e jornalista. É avô e adora praticar este esporte da velhice…”
Com sua voz firme, crítica afiada e presença marcante, Paulo Limaverde deixa um legado inesquecível para a comunicação cearense.
A Rádio Clube 1200 presta esta homenagem a quem foi, por tantos anos, uma de suas vozes mais autênticas e inesquecíveis.
Destaque
Morre Cícero Sandroni, jornalista, escritor e membro da ABL, aos 90 anos

O jornalista, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Cícero Sandroni, faleceu na manhã desta terça-feira, 17 de junho, aos 90 anos, em sua residência no bairro Cosme Velho, Zona Sul do Rio de Janeiro. A causa da morte foi um choque séptico decorrente de uma infecção urinária, segundo informou a ABL.
Nascido em São Paulo, em 26 de fevereiro de 1935, Sandroni mudou-se para o Rio de Janeiro aos 11 anos de idade. Formou-se em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e em Administração Pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com uma carreira sólida na imprensa, trabalhou em veículos de grande relevância, como Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã, Jornal do Brasil, Jornal do Commercio e O Globo, onde se destacou na cobertura de política externa.
Sandroni também teve atuação marcante na cobertura da inauguração de Brasília, em 1960. À época, foi convidado a integrar a Secretaria de Imprensa do então governo do Distrito Federal. Posteriormente, ocupou cargos na administração pública durante o governo João Goulart. Durante a ditadura militar, foi um dos signatários do chamado Manifesto dos Mil, em 1976, um protesto de intelectuais contra a censura imposta à imprensa.
Além da carreira jornalística, Sandroni foi um incentivador da literatura brasileira e latino-americana. Fundou a revista Ficção, que se tornou referência na publicação de novos autores durante os anos de regime autoritário, e criou a editora Edinova, voltada à divulgação de obras da América Latina e do movimento nouveau roman francês. Recebeu o Prêmio Esso de Jornalismo em 1974, um dos principais reconhecimentos da imprensa brasileira.
Autor de diversos livros, publicou romances como O Diabo só chega ao meio-dia (1985), Cosme Velho (1999) e O peixe de Amarna (2003), além de biografias, como Austregésilo de Athayde, o Século de um Liberal (1998). Sua produção literária aliava domínio técnico da escrita com reflexões profundas sobre a história, a política e a cultura nacional.
Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2003, Sandroni ocupava a cadeira de número 6, que tem como patrono Casimiro de Abreu. Presidiu a instituição entre 2007 e 2009, período em que buscou ampliar o diálogo da ABL com o público e fortalecer a preservação da memória literária brasileira.
Cícero Sandroni deixa a esposa, Laura Constância Austregésilo de Athayde Sandroni, cinco filhos — Carlos, Clara, Eduardo, Luciana e Paula — e um neto, Pedro. O velório será realizado na sede da Academia Brasileira de Letras, nesta quarta-feira, 18 de junho, a partir das 10h. O sepultamento ocorrerá em cerimônia restrita à família.
A morte de Cícero Sandroni representa uma perda significativa para o jornalismo e para a literatura brasileira. Sua trajetória é marcada pelo compromisso com a liberdade de expressão, pela excelência editorial e pela defesa da cultura nacional em todas as suas formas.
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