Crimes
Acusados de matar PM em tentativa de assalto em Fortaleza são condenados

A Justiça Estadual condenou quatro homens pelo latrocínio que vitimou o soldado da Polícia Militar José Maria Rodrigues do Nascimento, em Fortaleza. O crime aconteceu em março de 2019, quando o policial foi atingido durante uma tentativa de assalto na Capital. As penas somadas ultrapassam 74 anos de prisão.
De acordo com o Ministério Público do Ceará (MPCE), três dos acusados participaram diretamente da abordagem criminosa. Eles foram responsabilizados pelo disparo que matou o policial e também por outros crimes relacionados à ação. Um quarto envolvido foi julgado em processo separado e condenado por dar suporte ao grupo.
As investigações apontaram que os criminosos planejavam roubar uma motocicleta no momento em que o policial foi surpreendido. José Maria reagiu à abordagem e acabou alvejado. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. O caso gerou forte comoção na corporação e mobilizou esforços para a rápida identificação dos autores.
Durante o julgamento, o Tribunal do Júri acolheu a denúncia apresentada pelo MPCE. Os réus receberam penas que variam conforme a participação de cada um no crime. Além do latrocínio, foram reconhecidas circunstâncias agravantes, como a ação em grupo e o uso de arma de fogo.
Outro suspeito que participou do crime não chegou a ser levado a julgamento. Ele morreu em confronto com a polícia durante diligências de captura, ainda em 2019.
Não cabe mais recursos para responderem em liberdade.
Ceará
Queima de fogos em Fortaleza resulta em prisões ligadas a facções criminosas

Fortaleza registrou, entre domingo (14) e segunda-feira (15), queimas de fogos em diferentes bairros, ação atribuída ao Comando Vermelho (CV) para marcar a ocupação de territórios antes controlados por facções rivais. O episódio foi notado em várias regiões da capital e gerou inquietação entre moradores, que relatavam barulhos intensos e sucessivos disparos de artefatos pirotécnicos. A mobilização levou ao acionamento das forças de segurança, que realizaram prisões em sequência.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirmou que o ato teve relação direta com organizações criminosas. Informações preliminares apontam que a celebração estava vinculada à tomada de áreas antes dominadas pelos Guardiões do Estado (GDE), especialmente no Lagamar. Os relatos são de que não houve confronto armado, o líder da GDE abandonou o posto e em seguida em muros da comunidade, as iniciais “CV” apareceram pichadas logo após a queima de fogos, numa demonstração simbólica de domínio.
Além do Lagamar, bairros como Pio XII, Piedade, Castelo Encantado e partes de Vicente Pinzon também registraram ocorrências semelhantes. Testemunhas relataram que o barulho começou começou no domingo e se estendeu por segunda, surpreendendo moradores. Em algumas regiões, grupos chegaram a soltar fogos em áreas próximas a praças e calçadas, o que reforçou a sensação de ameaça nas comunidades. Vários outros bairros registraram queima de fogos, ainda que tenham sido dominados pel
A SSPDS destacou que equipes da Polícia Militar e do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco) foram mobilizadas para acompanhar a situação. Policiais em campo receberam apoio da inteligência da corporação, que já monitorava movimentações ligadas ao CV na capital. A ação coordenada resultou na detenção de suspeitos ainda na madrugada.
Ao todo, 19 pessoas foram presas em diferentes pontos da cidade. De acordo com a SSPDS, os detidos são investigados por participação na queima de fogos e por ligação com facções criminosas. O secretário-chefe da Casa Civil confirmou a prisão dos suspeitos e apontou que os atos foram usados como demonstração de poder e tentativa de intimidação contra rivais.
As prisões fazem parte de um cenário mais amplo de enfrentamento ao crime organizado no Estado. Dados oficiais da SSPDS indicam que, entre janeiro e agosto de 2025, foram realizadas 1.418 prisões e apreensões de pessoas ligadas a facções. O número representa crescimento de 61,5% em comparação ao mesmo período de 2024, quando haviam sido registradas 878 capturas.
Enquanto a atuação policial se intensificava, moradores de bairros como Benfica, Parquelândia, Rodolfo Teófilo, Aldeota e Pici também relataram estampidos de fogos durante a madrugada. Em aplicativos de mensagens, circularam áudios e vídeos que registravam os artefatos sendo acionados, reforçando a percepção de que se tratava de uma ação organizada e não de eventos isolados.
Segundo investigadores, a estratégia de soltar fogos é recorrente entre facções como forma de anunciar vitórias em disputas territoriais. A prática tem efeito psicológico sobre a população local, que associa o barulho à expansão criminosa, ao mesmo tempo em que serve de aviso para grupos rivais. Esse tipo de manifestação, embora não envolva armas de fogo diretamente, é tratado pelas autoridades como um ato de intimidação.
Os 19 presos foram conduzidos a unidades da Polícia Civil, onde passaram por procedimentos de flagrante. Eles responderão por crimes ligados à organização criminosa e podem ter penas agravadas em razão do contexto da ação. O material apreendido com os suspeitos será periciado, com o objetivo de identificar eventuais conexões entre os grupos e confirmar a origem dos fogos utilizados.
As diligências continuam sob responsabilidade do Draco, que deve aprofundar as investigações e buscar outros envolvidos. A SSPDS informou que novas operações serão deflagradas em áreas estratégicas de Fortaleza, com base em informações de inteligência. O órgão destacou que os resultados das prisões e da perícia técnica vão subsidiar pedidos de novos mandados judiciais, reforçando a resposta do Estado às organizações criminosas.
Ceará
Mochila suspeita mobiliza Esquadrão Antibombas no Fórum Clóvis Beviláqua

O Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, precisou ser parcialmente isolado na manhã desta terça-feira (16), após a descoberta de uma mochila abandonada na calçada principal do prédio. A suspeita de que o objeto pudesse conter um artefato explosivo levou ao acionamento do Esquadrão Antibombas da Polícia Militar do Ceará, interrompendo a rotina de servidores, advogados e frequentadores que chegavam ao local para compromissos judiciais.
O alerta ocorreu por volta das 8h30, quando um colaborador do fórum percebeu a presença da mochila e notificou a segurança interna. A cena rapidamente chamou a atenção de quem estava nas proximidades, obrigando policiais a afastar as pessoas da entrada. O clima de apreensão se instalou na área, já que o prédio concentra diariamente grande fluxo de usuários da Justiça.
O Tribunal de Justiça do Ceará confirmou que o objeto apresentava características de um artefato artesanal. Diante da possibilidade de se tratar de uma bomba, equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram destacadas para avaliar a situação. Policiais fortemente equipados assumiram a linha de frente e iniciaram os procedimentos de contenção, enquanto viaturas reforçavam a segurança no entorno.
Durante a operação, câmeras de segurança do fórum e da região passaram a ser examinadas, em busca de pistas sobre a origem da mochila. O objetivo era identificar quem havia deixado o objeto no local e em quais circunstâncias. Embora a autoria ainda não tenha sido esclarecida, as imagens coletadas devem contribuir para o avanço da investigação.
O isolamento da área se estendeu por cerca de duas horas, tempo em que funcionários e advogados aguardavam orientações à distância. Mesmo sem registro de correria ou feridos, o movimento normal do prédio ficou comprometido, já que acessos foram bloqueados e parte do público precisou se dispersar. A tensão só diminuiu com a chegada das equipes especializadas, que confirmaram o recolhimento seguro do material.
Por volta das 10h30, a situação foi considerada controlada. O objeto foi removido e levado a um local adequado, onde foi destruído de forma preventiva. Esse procedimento é padrão em situações do tipo, já que a destruição controlada garante a eliminação completa de riscos, mesmo quando não há confirmação imediata de que o artefato é funcional.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social informou que todo o procedimento seguiu protocolos oficiais. O órgão destacou que não houve vítimas e reforçou que o material recolhido será submetido à perícia técnica. O resultado dos exames deverá esclarecer se havia potencial explosivo ou se a mochila representava apenas uma simulação de ameaça.
O Tribunal de Justiça do Ceará também se manifestou, ressaltando a atuação rápida de seus colaboradores e a importância da pronta resposta da Polícia Militar. O órgão assegurou que segue em contato com as forças de segurança e que as medidas adotadas foram essenciais para preservar a integridade de todos que estavam no prédio e nas imediações.
As investigações sobre o caso ficarão a cargo do 14º Distrito Policial, em Fortaleza. Os agentes devem ouvir testemunhas e cruzar informações com as imagens de monitoramento para identificar os responsáveis por abandonar o objeto. Dependendo do resultado da perícia, os autores poderão ser responsabilizados por crimes relacionados à ameaça e à segurança de prédios públicos.
Crimes
Advogado morto em emboscada: GDE ofereceu R$ 5 mil por rival do CV

O Ministério Público do Ceará denunciou nesta semana Luiz Henrique Galdino Braga, apontado como um dos envolvidos no duplo homicídio que vitimou o advogado Paulo Marcelo Silva Freire e Ítalo Jardel Menezes da Silva, ligado ao Comando Vermelho (CV). A investigação indica que o crime foi encomendado pela facção Guardiões do Estado (GDE), que teria oferecido uma recompensa de R$ 5 mil para quem executasse Ítalo, alvo principal do atentado. O caso ocorreu em agosto, no bairro João XXIII, em Fortaleza.
Segundo a denúncia recebida pela 6ª Vara do Júri, Luiz Henrique e outros homens ainda não identificados interceptaram o carro em que estavam o advogado e dois clientes. O veículo foi perseguido e alvejado diversas vezes, até ser atingido em um cruzamento. Paulo Marcelo foi morto no local com sete disparos, enquanto Ítalo chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Um terceiro ocupante conseguiu escapar e pedir ajuda.
O MPCE enquadrou Luiz Henrique em quatro crimes: dois homicídios qualificados, tentativa de homicídio e participação em organização criminosa. Ele foi preso em flagrante pouco após o crime e permanece custodiado enquanto a Justiça dá andamento ao processo. A denúncia aponta que a motivação foi torpe, ligada diretamente à rivalidade entre as facções CV e GDE.
De acordo com os autos, Ítalo já havia sido alvo de um “decreto de morte” expedido pela GDE, devido à sua atuação na Vila Rosângela, área disputada entre os grupos criminosos. Para garantir a execução, a facção teria estipulado a recompensa em dinheiro, que circulava entre criminosos locais como incentivo para a realização do ataque.
A investigação também levantou episódios de corrupção policial envolvendo as vítimas antes do homicídio. Ítalo e um amigo teriam sido abordados e agredidos por militares da Polícia, sendo liberados apenas após pagamento de propina. O valor acertado para a liberação foi intermediado pelo advogado Paulo Marcelo, que se tornaria vítima horas depois, durante a emboscada.
Diante dessas informações, a 6ª Delegacia do Departamento de Homicídios encaminhou os autos para a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) e para o Comando da Polícia Militar. As instituições deverão apurar a possível participação de agentes públicos em atos de violência e extorsão contra os homens que estavam na companhia do advogado.
O atentado reforça o histórico de confrontos entre o CV e a GDE em Fortaleza, que já resultaram em uma série de homicídios na capital e na Região Metropolitana. Autoridades destacam que a disputa territorial entre as facções é um dos principais fatores de instabilidade na segurança pública do Estado.
Com o recebimento da denúncia, Luiz Henrique passa a responder formalmente pelos crimes e aguarda julgamento. A investigação segue em busca de identificar os demais executores do ataque.
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