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Crimes

Terrorista da Al-Qaeda de Mossoró é condenado por ameaçar Alexandre de Moraes

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Flávio Dantas de Souza, morador de Mossoró (RN), foi condenado pela Justiça Federal após gravar um vídeo em que ameaça de morte o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e se apresenta como membro da organização terrorista Al-Qaeda. A gravação foi feita em agosto de 2022 e começou a circular em grupos de WhatsApp antes de viralizar nas redes sociais.

No vídeo, Flávio aparece exaltado, com o rosto visível, e utiliza frases como:
“Vai morrer tudinho, vai estourar uma bomba grande, vocês vão ver! Vocês vão morrer, tudinho! Eu sou da Al-Qaeda!”
Em outro trecho, ataca diretamente o ministro do STF:
“Alexandre de Moraes, você é do PCC! Recebendo propina, safado!”

As ameaças e calúnias chamaram a atenção da Polícia Federal, que abriu inquérito para apurar o caso. Em 2023, durante o curso da investigação, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do acusado, recolhendo o celular usado na gravação e outros dispositivos eletrônicos.

Durante o processo, a defesa — feita pela Defensoria Pública da União — alegou que se tratava de uma “brincadeira”, enviada de forma privada e sem intenção real de causar dano. Também argumentou que não havia elementos suficientes para caracterizar ameaça ou associação com terrorismo.

No entanto, a Justiça não aceitou a tese da defesa. Para o juiz da 8ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, as falas têm caráter “inequivocamente ameaçador, calunioso e injurioso”, e não podem ser justificadas como piada ou conteúdo inofensivo. A sentença aponta que a gravação ultrapassa os limites da liberdade de expressão e representa risco real ao Estado Democrático de Direito.

Flávio Dantas foi condenado a 2 anos, 4 meses e 24 dias de detenção, em regime aberto, além do pagamento de 48 dias-multa. O regime aberto permite que a pena seja cumprida com restrições menos severas, como recolhimento domiciliar noturno ou prestação de serviços comunitários, a depender da execução penal.

Apesar da condenação, ainda cabe recurso. O caso segue em tramitação, mas já representa um sinal claro de que a Justiça está atenta a discursos radicais e ameaças direcionadas a figuras públicas e autoridades da República.

A decisão também reforça que o uso das redes sociais para propagar ódio, intimidar ou difamar membros do Judiciário será tratado com rigor. Embora o réu não tenha vínculos confirmados com grupos extremistas, o uso do nome da Al-Qaeda foi interpretado como tentativa de intimidação e amplificação do discurso violento.

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Ceará

Tiroteios e triplo homicídio geram tensão no Residencial José Euclides, em Fortaleza

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O Residencial José Euclides Ferreira Gomes, no bairro Jangurussu, em Fortaleza, foi cenário de violência nesta semana. Na quarta-feira (9), três homens foram mortos e uma criança de três anos ficou ferida após um ataque a tiros. Dois homens morreram no local, e o terceiro faleceu em uma unidade de saúde. A criança foi socorrida ao Instituto Doutor José Frota (IJF), mas o estado de saúde dela não foi divulgado.

As vítimas foram identificadas como Rafael Rodrigues Ferreira, de 25 anos, com antecedentes por tráfico e porte ilegal de arma; Francisco Vagner Araújo Martins, de 55 anos; e um terceiro homem ainda não identificado. A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), investiga o caso. A área já havia registrado conflitos anteriores relacionados a disputas entre facções criminosas.

Na manhã de quinta-feira (10), um novo tiroteio foi registrado no residencial. Por volta das 7h, homens armados, supostamente ligados a uma facção rival à que domina a área, trocaram tiros nas vias internas do conjunto. A Polícia Militar foi acionada e perseguiu suspeitos entre os blocos, mas ninguém foi preso. Um revólver calibre .38 foi apreendido e encaminhado à perícia.

No mesmo dia, um adolescente de 16 anos foi apreendido sob suspeita de participar do ataque que deixou três mortos e uma criança ferida. Ele foi localizado no bairro Itaperi e levado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), onde foi autuado por triplo homicídio, porte ilegal de arma e participação em organização criminosa. A identidade do menor não foi divulgada.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que reforçou o policiamento na região. Equipes do Comando Tático Motorizado (Cotam) e da Polícia Militar intensificaram rondas no residencial. Segundo a pasta, as operações visam conter novos conflitos e identificar outros envolvidos nas ações criminosas.

O Residencial José Euclides é um dos maiores conjuntos habitacionais do Minha Casa, Minha Vida em Fortaleza e já foi alvo de operações policiais anteriores. As investigações seguem em andamento. A SSPDS reforça que a população pode colaborar com denúncias anônimas pelo número 181 ou pelo WhatsApp da Polícia Civil.

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Brasil

Júnior Mano nega envolvimento direto em esquema de desvio de emendas e diz confiar na Justiça

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A Polícia Federal investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos envolvendo o deputado federal cearense Júnior Mano. Conforme a Operação Underhand, o parlamentar teria liderado uma organização criminosa que cobrava entre 12% e 15% sobre emendas parlamentares liberadas para prefeituras — o chamado “pedágio”.

A operação foi deflagrada no dia 8 de julho e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em cidades do Ceará e no Distrito Federal. A ação contou com autorização do Supremo Tribunal Federal, que também determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas dos investigados para garantir eventual ressarcimento aos cofres públicos.

De acordo com a investigação, Júnior Mano atuava como operador ativo do esquema, articulando a escolha dos municípios beneficiados com emendas, a liberação dos recursos e a cobrança dos percentuais desviados. As mensagens interceptadas mostram que ele mantinha contato direto com prefeitos, assessores e empresários envolvidos.

O prefeito de Choró, Bebeto Queiroz, apontado como um dos articuladores do esquema, está foragido. Em conversas obtidas pela Polícia Federal, ele e um assessor de Júnior Mano tratam sobre o repasse de 12% dos valores enviados às prefeituras. A ex-prefeita de Canindé também relatou que foi procurada para devolver 15% dos recursos recebidos via emenda.

As investigações apontam que parte do dinheiro era repassada por meio de empresas de fachada, contratadas para simular prestação de serviços. Entre 2023 e 2025, essas empresas movimentaram aproximadamente R$ 455 milhões, sendo cerca de R$ 92 milhões em recursos federais destinados por emendas parlamentares.

A estrutura criminosa envolvia ainda operadores financeiros e empresas com contratos firmados por meio da Caixa Econômica Federal. Os repasses, segundo os investigadores, eram condicionados à devolução de parte dos valores, o que caracteriza desvio de finalidade no uso das verbas públicas.

Em nota, Júnior Mano afirmou que não participa diretamente de licitações, contratos ou fiscalizações municipais, limitando seu papel à destinação de emendas. Ele declarou confiar nas instituições e aguardar que a verdade dos fatos prevaleça.

Além do crime de organização criminosa, os investigados podem responder por corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e captação ilícita de recursos eleitorais. A Polícia Federal também apura se parte dos valores foi usada para financiar campanhas e comprar apoio político.

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Ceará

Homem com 16 passagens pela polícia é solto após audiência de custódia no Ceará

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Matheus Lima Cordeiro de Souza, um homem com 16 passagens pela polícia, foi preso no último dia 27 de junho, no bairro São João do Tauape, em Fortaleza, portando drogas e uma arma de fogo. A prisão foi realizada pela Polícia Militar, que apreendeu com ele porções de cocaína, crack, maconha e um revólver calibre 38, além de munições. O suspeito já usava tornozeleira eletrônica no momento da abordagem.

No dia seguinte, Matheus foi apresentado em audiência de custódia. O Ministério Público do Ceará (MPCE) solicitou a conversão do flagrante em prisão preventiva, alegando risco de reiteração criminosa e necessidade de proteção da ordem pública, considerando o histórico de crimes como tráfico de drogas, porte ilegal de arma, receptação, roubo, furto e lesão corporal.

Apesar do pedido, a juíza responsável pelo caso decidiu pelo relaxamento da prisão. A decisão se baseou em um laudo emitido pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce), que apontou marcas de agressão no corpo do suspeito. O exame de corpo de delito confirmou lesões compatíveis com uso excessivo de força durante a abordagem policial.

Segundo a magistrada, a autuação em flagrante apresentava ilegalidades, especialmente no tocante ao uso de força desproporcional, o que violaria princípios constitucionais, como a dignidade da pessoa humana. Com isso, a prisão foi considerada nula, e Matheus foi posto em liberdade mediante o uso de tornozeleira eletrônica por mais três meses.

A decisão gerou debates sobre os limites da atuação policial e o papel das audiências de custódia. O MPCE afirmou que respeita o entendimento judicial, mas reforçou que a prisão era necessária diante da reincidência criminal e da gravidade dos delitos atribuídos ao suspeito. A promotoria também destacou o risco à segurança da comunidade local.

Por outro lado, a juíza argumentou que a legalidade da prisão deve ser rigorosamente observada, independentemente do histórico do investigado. Ela ressaltou que o Estado não pode agir fora dos limites legais sob o argumento de combater o crime a qualquer custo, pois isso comprometeria os fundamentos do Estado Democrático de Direito.

Essa não foi a primeira vez que Matheus foi liberado após ser detido. Ele acumula um longo histórico de passagens pela polícia e medidas judiciais, incluindo o monitoramento eletrônico. A reincidência no crime, mesmo com o uso da tornozeleira, levanta preocupações sobre a eficácia das medidas cautelares aplicadas.

As audiências de custódia têm como objetivo avaliar a legalidade da prisão em flagrante e identificar possíveis abusos cometidos pelas forças de segurança. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a medida visa garantir os direitos fundamentais dos detidos e coibir práticas de tortura e violência institucional.

O caso reacende a discussão sobre a tensão entre segurança pública e direitos individuais. Enquanto setores da sociedade pedem punições mais severas para criminosos reincidentes, juristas e defensores dos direitos humanos alertam para o risco de abusos e arbitrariedades nas ações policiais.

Até o momento, Matheus segue em liberdade, com monitoramento eletrônico, enquanto o inquérito policial tramita na Justiça. A Polícia Civil investiga as circunstâncias da prisão e as agressões relatadas, e o Ministério Público poderá recorrer da decisão que relaxou o flagrante.

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