MULHERES NA POLÍTICA CEARENSE

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(*) Barros Alves

 O Ceará tem larga e firme tradição de mulheres valentes e poderosas, protagonistas na seara da política partidária, cenário em que alçaram grandes vôos e inscreveram seus nomes no panteão de heroínas do nosso povo. Algumas delas asseguram veracidade aos versos do poeta mineiro Belmiro Braga: “Quando a mulher quer eu acho/ Que nem Deus a desanima:/ É água de morro abaixo/ Ou fogo de morro acima.” Poderosas mulheres pontificaram no ambiente político de nosso Estado, do sertão à capital. Assim é que mulheres como Bárbara de Alencar, voz tonitruante que se fez respeitar pelo espírito de coragem, foi figura central na busca de renovações na política cearense na primeira metade do século 19. Fideralina Augusto Lima, ao seu feitio autoritário, dominou na política do centro-sul cearense a partir de Lavras da Mangabeira e deu o tom de vários movimentos durante sua existência, norteada pela bravura e pelo sentido de liderança. De igual modo inserem-se nesse rol de mulheres detentoras de poder político e comando superior nas hostes partidárias e administrativas, os nomes de Marica Macedo, em Aurora; e Dondon Feitosa, nos Inhamuns. Na contemporaneidade, a sociedade cearense tem acompanhado a ação de algumas mulheres que se sobressaíram pela postura de defesa da liberdade (não confundir com a licenciosidade que militantes moralmente desqualificadas gritam histericamente nas praças públicas) e coragem de dizer o direito e a justiça na tribuna parlamentar. Ressalto, entre outras, a figura de Maria Luíza Fontenele, coração generoso, que arrostou muitos obstáculos no cumprimento de mandato parlamentar. Ela ainda insiste em pregação de feição humanista, coletivista, mas decepcionada com o mundo da política partidária nos moldes em que está posta. Por agora, no Plenário da Casa do Povo, as deputadas Augusta Brito, Dra. Silvana, Érika Amorim, Fernanda Pessoa e Patrícia Aguiar cumprem papel de relevo numa Assembleia, cuja maioria imensa é formada por homens. Cumpre ressaltar o papel desempenhado pela deputada Dra. Silvana, em razão da consequencialidade de seu mandato, cujo viés assenta-se em pressupostos ditados pelos valores cristãos, em um momento histórico no qual muitas ações de agentes públicos intentam desconstruir as nossas gradas tradições cristãs. Observe-se, por pertinente, a atuação parlamentar de Érika Amorim, presidente da Comissão da Infância e Juventude; Fernanda Pessoa e Patrícia Aguiar, que guardam a tradição política de lideranças que as precederam no Parlamento e preservam a defesa de valores essenciais para a saudável formação da nossa juventude.

(*) Jornalista e Poeta, apresenta diariamente, ao lado dos também jornalistas André Capiberibe e Renato Abreu, o programa JORNAL DA CLUBE, às 18h, na RÁDIO CLUBE 1200.

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