Mais uma: PGR denuncia Iracema Portella por esquema de rachadinha na Câmara

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A nova base de apoio do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, composta de parlamentares do chamado centrão, segue na mira das autoridades. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta semana, a deputada federal Iracema Portella (PP-PI) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por organizar esquema de rachadinha no gabinete.

Segundo a acusação, antecipada pelo site O Antagonista, a parlamentar teria embolsado mais da metade de salários de assessores, em parceria com o ex-deputado distrital Cristiano Araújo (PSD). A apuração aponta que Portella teria cometido peculato — desvio de dinheiro público, por abuso de confiança, para proveito próprio —  e associação criminosa.

Indicado pela deputada, Rogério Cavalheiro, assessor do gabinete de Araújo, era obrigado a repassar a ela mais da metade do que recebia, todo mês, na Câmara Legislativa, desde que assumiu o cargo. Do salário de R$ 11,7 mil, ele ficava com R$ 4 mil, diz trecho da denúncia. O restante era levado, em dinheiro vivo, ao gabinete de Portella, na Câmara dos Deputados, por um assessor chamado Afonso.

O esquema veio à tona durante busca e apreensão na casa do ex-marido de Portella, senador Ciro Nogueira (PP-PI), no âmbito da Operação Metanoia, desdobramento da Lava Jato. Eles foram casados por 25 anos e se separaram em 2019. Na casa dele, a Polícia Federal encontrou um envelope com R$ 8,2 mil em dinheiro, dois contracheques de Rogério e a inscrição ‘entregar nas mãos Dep.’.

Nogueira é um dos mais influentes líderes do centrão. No mês passado, Bolsonaro colocou na presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) um ex-chefe de gabinete dele, Marcelo Lopes da Ponte. O presidente tem aprovado uma série de indicações políticas do centrão para cargos de chefia no Executivo, em troca de apoio para barrar um eventual processo de impeachment.

O PSD, de Cristiano Araújo, também integra o núcleo de siglas que, atualmente, apoiam o governo federal e disputam cargos para gerir orçamentos milionários. A reportagem tentou contato com a deputada Iracema Portella, mas, até a publicação, não teve resposta. O espaço está aberto para manifestação.

Na semana passada, a PGR denunciou o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), também líder do centrão e novo aliado do presidente Bolsonaro no Congresso, por corrupção passiva. O parlamentar teria recebido propina de R$ 1,6 milhão da empreiteira Queiroz Galvão, no âmbito da Operação Lava Jato.

A empreiteira teria feito o repasse para garantir que o PP, partido liderado por Lira na Câmara, apoiasse a manutenção do então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que foi preso em março de 2014, quando a Lava Jato foi deflagrada. A PGR alega que funcionários do doleiro Alberto Youssef teriam feito o pagamento da propina, em dinheiro vivo, para um assessor do deputado.

Fonte: Correio Braziliense/Foto: (Aureliza Corrêa/Esp. CB/D.A Press)

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