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José Airton une fé e política na luta contra a desigualdade: da inspiração de Padre Júlio Lancellotti ao Ceará Sem Fome

José Airton une fé e política na luta contra a fome: do legado do PT ao Ceará Sem Fome
O Brasil conseguiu uma vitória histórica ao sair novamente do Mapa da Fome da ONU, resultado das políticas sociais implementadas pelo governo do presidente Lula. O aumento no valor do bolsa família, a valorização do salário mínimo e os investimentos em programas de segurança alimentar devolveram dignidade a milhões de famílias. Esse feito recoloca o país como referência internacional na luta contra a desigualdade, reacendendo conquistas que haviam sido perdidas nos últimos anos.
Nesse contexto, o deputado federal José Airton (PT-CE) esteve recentemente com Padre Júlio Lancellotti, que visitou Fortaleza. Símbolo nacional da defesa das pessoas em situação de rua, Padre Júlio trouxe sua mensagem de solidariedade e resistência, reforçando a ideia de que fé e política podem caminhar lado a lado quando o desafio é proteger vidas e assegurar direitos. Para o parlamentar, a presença do sacerdote na capital cearense representou um chamado à ação concreta contra a fome.
Em depoimento, a esposa de José Airton, Ilana, descreveu o impacto de estar diante de Padre Júlio como um “rasgo no coração”, lembrando que solidariedade não pode ser apenas discurso, mas precisa se transformar em ação. A frase resume a trajetória do deputado, que sempre defendeu que indignar-se com a desigualdade é apenas o primeiro passo — o essencial é enfrentá-la com políticas públicas de alcance real.
Padre Júlio é hoje um testemunho vivo de dedicação aos pobres, comparado por muitos ao espírito de São Francisco de Assis. Ao lado dele, em Fortaleza, José Airton reafirmou sua missão de representar um projeto político que já mostrou ser capaz de garantir alimentação, dignidade e cidadania ao povo brasileiro. Mais que um encontro, o gesto simbolizou a convergência entre fé e ação política em defesa dos mais vulneráveis.
No Ceará, essa bandeira se materializa no programa Ceará Sem Fome, uma das maiores iniciativas estaduais de segurança alimentar em andamento no país. O projeto reúne 19 secretarias, entidades sociais e milhares de agentes voluntários para assegurar que nenhuma família fique sem o básico. José Airton tem atuado como apoiador e articulador do programa, fortalecendo a rede de solidariedade que alcança todos os municípios cearenses.
Entre as ações previstas, está a segunda edição do Festival Ceará Sem Fome, em outubro, que trará seminários, exposições, manifestações culturais e uma corrida simbólica em Fortaleza. Para José Airton, a mobilização mostra que combater a fome também é celebrar a vida, envolvendo toda a sociedade em um objetivo comum que vai além da política institucional.
No Congresso Nacional, o deputado defende o aumento dos investimentos em segurança alimentar, o fortalecimento da agricultura familiar e a ampliação dos programas de renda. Sua atuação busca conectar a experiência cearense ao debate federal, garantindo que práticas locais sirvam de modelo para o Brasil. Ele defende que restaurantes populares, cozinhas comunitárias e distribuição de cestas básicas sejam integrados a projetos de emprego e geração de renda, formando um ciclo sustentável de combate à miséria.
Para José Airton, a mobilização social é parte essencial desse processo. Ao lado de entidades comunitárias e agentes populares, ele defende que a transformação não acontece apenas com decretos, mas também com participação direta da sociedade. Essa visão dialoga com o exemplo diário de Padre Júlio, que faz da presença nas ruas um ato de resistência e cuidado.
Com a convicção de que a fome é inadmissível em um dos maiores produtores de alimentos do planeta, José Airton reafirma seu compromisso de seguir defendendo políticas que garantam comida no prato e dignidade às famílias. Ao lado de Padre Júlio Lancellotti, em Fortaleza, traduz em imagem e gesto uma aliança simbólica: a de quem acredita que fé e política, juntas, podem sustentar a luta permanente contra a desigualdade.
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Teste de rotina no SUS vai buscar sinais de autismo em crianças pequenas

Crianças de 16 a 30 meses de idade que são atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passarão a ser avaliadas por meio de um teste de triagem durante as consultas regulares. A iniciativa faz parte de uma nova “linha de cuidado” publicada pelo Ministério da Saúde em setembro de 2025.
O que vai mudar
Atualmente, o que era usado em alguns casos ou quando havia suspeitas torna-se obrigatório: o M-Chat, um questionário simples que avalia indicadores de desenvolvimento, agora passará a integrar a rotina dos profissionais da atenção primária (postos de saúde, equipes de saúde da família).
O objetivo dessa mudança é antecipar a identificação de atrasos no desenvolvimento — inclusive sinais que podem indicar autismo — para que intervenções e estímulos possam começar cedo, antes mesmo de um diagnóstico formal.
Quando começa e quem fará
A partir deste ano (2025), o questionário já deve começar a ser aplicado. Em Fortaleza, por exemplo, as 559 equipes de saúde da família espalhadas pelos 134 postos de saúde estão em processo de capacitação para usar essa nova linha de cuidado.
No Ceará, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) coordena o suporte técnico e formação dos profissionais da atenção primária, em especial enfermeiros — que fazem o acompanhamento de rotina (puericultura) das crianças.
O que acontece durante a triagem
Quando uma criança estiver no intervalo de idade entre 16 e 30 meses, o profissional vai aplicar o questionário M-Chat. O resultado indicará se:
-
a criança pode seguir sendo acompanhada normalmente pela atenção básica — ou
-
precisa de avaliação mais especializada.
Se for constatado que há indícios de atraso ou risco, a criança poderá ser encaminhada para centros de referência especializados. Em Fortaleza, o novo Centro de Diagnóstico Espaço Girassol, inaugurado em agosto de 2025 no bairro Edson Queiroz, será um desses locais de referência.
Caso não haja necessidade de encaminhamento, o acompanhamento segue no âmbito local, com estímulo precoce nos Núcleos de Desenvolvimento Infantil.
Preparação e apoio
Como a implantação depende dos municípios, o Estado dá apoio técnico para que os profissionais saibam usar a ferramenta corretamente. A capacitação está sendo intensificada entre enfermeiros e equipes envolvidas na atenção primária.
Também estão sendo previstas ações para orientar os pais — porque o apoio familiar e estímulos no dia a dia têm papel fundamental no desenvolvimento.
A saúde pública do Ceará reconhece que a demanda é grande. É preciso não apenas detectar cedo, mas oferecer não só diagnóstico, mas terapias que acompanhem essas crianças ao longo da vida.
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Fachin assume presidência do STF com foco em direitos e fortalecimento institucional
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PEC da Blindagem sofre derrota no Senado

A chamada PEC da Blindagem, que pretendia ampliar os privilégios de parlamentares diante da Justiça, foi rejeitada nesta quarta-feira (24) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A decisão foi tomada de forma unânime pelos integrantes do colegiado e, na prática, encerra o avanço da proposta no Congresso Nacional. A medida já havia despertado forte reação popular e interna, sobretudo após ter sido aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada.
A proposta de emenda à Constituição tinha como objetivo impor novas restrições à atuação do Judiciário em processos contra deputados e senadores, blindando-os de medidas cautelares sem aval prévio das Casas Legislativas. Na avaliação de críticos, tratava-se de um mecanismo de autoproteção que afastava o princípio da igualdade perante a lei e criava obstáculos à responsabilização criminal de parlamentares.
Ao chegar ao Senado, a PEC passou pelo crivo da CCJ, considerada a instância técnica mais rigorosa da Casa. Os senadores decidiram rejeitar a tramitação de forma unânime, o que elimina qualquer possibilidade de recurso para que o texto siga ao plenário. O regimento prevê a possibilidade de revisão da decisão somente quando há votos divergentes no colegiado, o que não ocorreu neste caso.
Na semana anterior, a proposta havia passado com folga pela Câmara dos Deputados, em um movimento que provocou reações imediatas da sociedade civil e de organizações que acompanham a pauta legislativa. Nas ruas e nas redes sociais, manifestações denunciaram a medida como uma tentativa de impunidade institucionalizada. No próprio Senado, a pressão aumentou sobre líderes partidários e sobre os integrantes da CCJ.
A votação unânime sinaliza também um alinhamento inusitado entre diferentes blocos políticos. Mesmo parlamentares tradicionalmente favoráveis a pautas de reforço das prerrogativas legislativas decidiram acompanhar o voto contrário. A avaliação predominante foi de que a repercussão negativa tornaria politicamente insustentável a defesa da blindagem.
Durante a tramitação, entidades jurídicas e associações de magistrados reforçaram críticas à PEC, alegando que o texto feria diretamente o equilíbrio entre os Poderes. Para eles, a mudança criaria um escudo que enfraqueceria a independência do Judiciário e aumentaria a percepção de desigualdade no tratamento judicial entre cidadãos comuns e políticos.
Internamente, a rejeição também serviu como resposta à Câmara. Senadores consideraram que o envio da proposta, em meio a um clima de insatisfação popular, tensionou ainda mais a relação entre as duas Casas Legislativas. A decisão do colegiado, tomada sem espaço para divergências, foi vista como uma forma de encerrar rapidamente o desgaste.
Na prática, a votação da CCJ enterra definitivamente a PEC da Blindagem, que não poderá ser reapresentada em formato idêntico nesta legislatura. O resultado representa uma vitória dos setores que se mobilizaram contra a proposta e um recado claro de que medidas de autobenefício parlamentar encontram resistência no Senado.
Com a decisão, o tema se fecha no âmbito legislativo, e não haverá votação em plenário. O Senado encerra o episódio antes que a pressão social pudesse se intensificar em manifestações maiores. Para o Congresso, o resultado marca o fim de uma das propostas mais polêmicas da atual sessão legislativa.