Mundo
Estátua de cera de Macron é roubada e usada em protesto na França

Manifestantes franceses roubaram a estátua de cera do presidente Emmanuel Macron do famoso Museu Grévin, em Paris, e a levaram para um ato público contra políticas do governo. O episódio inusitado aconteceu no último domingo (26/5), durante uma mobilização popular contra a violência policial e a situação econômica no país.
Imagens que circularam nas redes sociais mostram a réplica de Macron sendo carregada pelas ruas, em meio a gritos e cartazes. Segundo os manifestantes, a intenção era simbolizar que o presidente se tornou uma figura “desconectada do povo”. A estátua foi posteriormente deixada próxima ao local do protesto.
O Museu Grévin confirmou o furto e classificou a ação como “inaceitável”, alegando que o ato coloca em risco o patrimônio artístico e cultural da instituição. A direção informou que a peça será avaliada quanto a possíveis danos e poderá passar por restauração antes de voltar à exposição.
Enquanto críticos consideram o gesto uma forma criativa de protesto político, apoiadores do presidente chamaram a atitude de desrespeitosa e vandalismo. O caso reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão em tempos de tensão social.
Mundo
Trump é diagnosticado com insuficiência venosa crônica nas pernas
Brasil
Setores metalúrgico e pesqueiro lideram exportações do Ceará aos EUA e podem ser os mais atingidos por tarifa de Trump

O Ceará exportou cerca de R$ 3 bilhões para os Estados Unidos entre janeiro e maio de 2025, consolidando o país como principal destino das vendas internacionais do estado. Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que dois setores concentram a maior parte dos embarques: a indústria metalúrgica e a cadeia pesqueira. Uma nova tarifa de 50%, anunciada por Donald Trump e com previsão de entrada em vigor em agosto, pode afetar diretamente esses segmentos.
Os produtos semimanufaturados de outras ligas de aço lideram a pauta exportadora, somando R$ 1,3 bilhão em valor e 341 mil toneladas embarcadas. Em seguida, vêm outros produtos de ferro ou aços não ligados, que movimentaram R$ 1 bilhão e 336 mil toneladas. Juntos, esses dois grupos respondem por mais de 75% de tudo que o Ceará exportou para os EUA no período. Com a nova tarifa, o aumento de custo para o comprador americano pode inviabilizar contratos e diminuir drasticamente a demanda.
O terceiro item mais exportado foi peixe, com R$ 90 milhões em vendas e 1,6 mil toneladas. O setor pesqueiro e a carcinicultura (cultivo de camarões), bastante ativos no litoral cearense, são altamente dependentes do mercado americano. Como produtos perecíveis, peixes e camarões têm pouca margem para redirecionamento rápido a outros destinos, o que agrava a vulnerabilidade do setor frente a medidas comerciais abruptas.
Outros produtos também presentes na pauta, embora em menor escala, incluem sucos (R$ 83 milhões), ceras vegetais (R$ 62 milhões), castanha de caju (R$ 60 milhões) e calçados de borracha ou plástico, com apenas R$ 1 milhão exportado. Esses segmentos podem sofrer menos com a nova tarifa, tanto pelo volume menor, quanto pela maior flexibilidade logística ou por já operarem em mercados diversos.
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) acompanha com preocupação os desdobramentos. A entidade já iniciou articulações com o governo federal e com empresas exportadoras para buscar alternativas. A principal estratégia em discussão é a diversificação de mercados, com foco na União Europeia, países asiáticos e Oriente Médio — regiões que já mantêm relações comerciais com o Ceará, mas ainda com menor participação.
O governo brasileiro também monitora o caso e aguarda a publicação oficial da lista de produtos tarifados. O Itamaraty não descarta acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC), mas a prioridade, segundo integrantes da equipe econômica, é buscar uma solução diplomática antes de adotar medidas retaliatórias. Entidades do setor privado, como a Abag e a CNI, reforçaram esse apelo.
Para o economista Ricardo Viana, o impacto é grave não apenas pelo valor das exportações, mas pela dependência setorial que o Ceará desenvolveu em relação ao mercado norte-americano. “É um risco de concentração. O estado precisa proteger suas cadeias produtivas e investir em acordos bilaterais próprios”, alerta. Ele destaca que as perdas podem afetar emprego e arrecadação em regiões como o entorno do Porto do Pecém e o litoral oeste.
Enquanto isso, empresas cearenses começam a revisar contratos, adiar embarques futuros e acelerar estudos logísticos para ampliar a atuação em outros continentes. Com a tarifa prevista para agosto, o tempo é curto para adaptação. Analistas preveem queda significativa nos embarques cearenses aos EUA no segundo semestre de 2025, caso a tarifa seja mantida.
Internacional
Rússia realiza ataque aéreo mais intenso da guerra na Ucrânia após conversa entre Putin e Trump

A Ucrânia sofreu, entre a noite de quarta (3) e a madrugada de quinta-feira (4), o maior bombardeio russo desde o início da guerra. De acordo com autoridades ucranianas, quase 600 drones e mísseis foram lançados em direção a Kyiv e outras cidades. A ofensiva atingiu prédios residenciais, escolas, estações de trem e consulados estrangeiros.
O ataque ocorreu horas depois de uma conversa por telefone entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Após o telefonema, Trump declarou estar “muito decepcionado” com a postura do líder russo e disse que não viu disposição por parte de Putin em encerrar o conflito.
Segundo o Exército ucraniano, foram contabilizados aproximadamente 539 drones explosivos do tipo Shahed, além de 11 mísseis balísticos e de cruzeiro. A maioria dos alvos foi interceptada pelos sistemas de defesa aérea, mas parte dos projéteis atingiu zonas civis, provocando incêndios e destruição em diferentes regiões.
A capital Kyiv foi um dos principais alvos. Imagens divulgadas por autoridades locais mostram áreas atingidas por destroços, com janelas estilhaçadas, fachadas destruídas e ruas tomadas por equipes de emergência. Entre os locais danificados estão os consulados da Polônia e da China.
O governo ucraniano confirmou ao menos 23 pessoas feridas e uma morte. O ataque também afetou o fornecimento de energia e gerou interrupções em serviços públicos. As sirenes de alerta aéreo soaram durante quase sete horas em diversas cidades, incluindo Kharkiv, Dnipro e Sumy.
Internacionalmente, o bombardeio repercutiu com críticas. O presidente Volodymyr Zelensky classificou a ação como um “ato deliberado de terror” e pediu reforço imediato à defesa aérea do país. Ele também afirmou que continuará dialogando com aliados para manter o apoio militar e humanitário.
Esse foi o maior número de drones e mísseis disparados pela Rússia em um único ataque desde o início da invasão, em fevereiro de 2022. A escalada do confronto reacende o alerta sobre o avanço da guerra e a necessidade de soluções diplomáticas mais efetivas.