Crimes
Chefe do tráfico vai a júri popular por mandar matar mulher com transtorno mental
Uma mulher de 37 anos com transtorno mental foi assassinada dentro de um ônibus em Fortaleza, a mando de um líder da facção Comando Vermelho (CV). O crime aconteceu no dia 2 de maio de 2025, no bairro Monte Castelo, e teria sido motivado pelo incômodo que as crises da vítima causavam à dinâmica do tráfico local, por frequentemente mobilizarem a presença de viaturas policiais.
A vítima, identificada como Tarciana Moreira do Vale, fazia uso de entorpecentes e apresentava surtos psiquiátricos recorrentes. De acordo com o Ministério Público do Ceará, os moradores da área chegaram a registrar reclamações sobre os gritos e comportamentos dela, principalmente por atrair atenção das forças de segurança para a região, controlada pela facção.
O assassinato foi planejado por Rafael Ferreira de Castro, conhecido como “Boquinha”, apontado como chefe do tráfico no bairro. Conforme a investigação, ele ordenou a morte de Tarciana por considerar que a presença constante da Polícia Militar prejudicava as atividades criminosas. A ordem foi executada por dois adolescentes.
Tarciana foi baleada dentro de um coletivo da linha 220, enquanto passava pela Avenida Sargento Hermínio. Os dois autores, de 15 e 17 anos, se aproximaram do veículo em bicicletas e atiraram várias vezes. A mulher foi atingida por quatro disparos, sendo um deles na cabeça, e morreu ainda no local do crime.
As câmeras de monitoramento auxiliaram a Polícia Civil a identificar os envolvidos. A bicicleta usada na fuga foi localizada e os adolescentes foram encontrados escondidos em uma casa no município de São Gonçalo do Amarante. No local também estava Rafael “Boquinha”, que comemorava o crime ao lado dos jovens.
Todos os envolvidos foram detidos. Rafael teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Já os adolescentes foram encaminhados à unidade de internação. A Promotoria relatou que os jovens receberam a ordem diretamente do chefe da facção e executaram a ação com frieza.
No último dia 10 de julho, a Justiça do Ceará decidiu levar Rafael a júri popular. A 6ª Vara do Júri de Fortaleza entendeu que há provas suficientes de autoria e materialidade. Ele será julgado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, corrupção de menores e participação em organização criminosa.
A decisão também ressaltou a necessidade de manter Rafael preso por tempo indeterminado, devido à sua posição de liderança dentro da facção e à possibilidade de interferência no curso do processo. O Ministério Público reforçou o risco que ele representa à ordem pública e à integridade das testemunhas.
O caso chama atenção pela vulnerabilidade da vítima, que não apresentava qualquer envolvimento com o crime organizado. Tarciana era conhecida na região por suas crises e pelo histórico de saúde mental, e não oferecia risco direto à segurança da comunidade.
A investigação segue em andamento para identificar se outras pessoas participaram da trama ou auxiliaram na fuga dos autores. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) segue responsável pelo inquérito.
Ceará
Arrastão em casas de Quixeramobim causa pânico entre moradores
Criminosos realizaram um arrastão em várias comunidades do distrito de Uruquê, em Quixeramobim, na noite de quinta-feira (27). A ação envolveu invasões de residências e subtração de diversos objetos.
Imagens feitas após o crime mostraram parte do material roubado, que já foi recuperado pelas autoridades. Os itens foram encaminhados à Delegacia Regional para análise e registro dos procedimentos cabíveis.
Moradores relataram momentos de violência e intimidação durante o arrastão. Segundo relatos, os suspeitos entraram em diferentes propriedades, ameaçando famílias e causando sensação de pânico.
Em razão do clima de insegurança, algumas famílias deixaram temporariamente suas casas. Muitos buscaram abrigo na casa de parentes, temendo novas ações criminosas na região.
O caso reacende discussões sobre a vulnerabilidade da zona rural de Quixeramobim. Comunidades mais afastadas continuam enfrentando dificuldades relacionadas ao tempo de resposta policial e à presença reduzida de patrulhamento.
A ocorrência se soma a outros registros recentes no município, incluindo apreensões de armas, drogas e prisões por delitos diversos. Esses fatos reforçam que a criminalidade no interior permanece como desafio constante.
A Polícia Civil informou que está investigando as circunstâncias do arrastão, assim como a identificação dos envolvidos. Equipes seguem analisando imagens e depoimentos para avançar no inquérito.
As autoridades municipais e estaduais ainda não anunciaram novas medidas específicas para a região de Uruquê. Enquanto isso, moradores cobram ações que tragam maior sensação de segurança às comunidades afetadas.
Crimes
PF deflagra operação contra uso de drones para ingresso de ilícitos em presídios
Mandados são cumpridos para desarticular organização criminosa no Ceará.
Fortaleza/CE. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) no Ceará deflagrou, na manhã desta quarta-feira (19/11), a Operação *Escudo Aéreo*, com o objetivo de desarticular um esquema criminoso que utilizava drones para introduzir aparelhos celulares, drogas e outros materiais ilícitos em unidades prisionais do Estado.
Foram cumpridos **04 mandados de prisão** e **07 mandados de busca e apreensão**, expedidos pela Vara de Delitos de Organização Criminosa da Justiça Estadual.
A investigação apura a atuação de uma organização criminosa responsável pelo uso de veículos aéreos não tripulados (drones) para facilitar a comunicação externa de facções, permitindo a articulação e determinação de crimes fora do sistema prisional.
Mais de 50 policiais das forças que compõem a FICCO participaram da operação, com apoio relevante da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).
A FICCO/CE é composta por integrantes da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, Receita Federal e Polícia Rodoviária Federal, atuando de forma integrada no enfrentamento ao crime organizado.
Brasil
PF INVESTIGA FRAUDE DE R$ 12 BILHÕES NO BANCO MASTER
A Polícia Federal deflagrou uma operação para apurar um suposto esquema de fraude financeira envolvendo o Banco Master, cujo prejuízo pode chegar a R$ 12 bilhões. A investigação aponta para a emissão irregular de títulos de crédito e movimentações consideradas atípicas, o que teria causado um rombo significativo na instituição.
A polícia federal prendeu na segunda-feira (17) Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, no aeroporto de Guarulhos. Ele estava tentando fugir em um avião particular para Malta, país na Europa.
Durante as buscas, agentes da PF apreenderam R$ 1,6 milhão em espécie na casa de um dos investigados. As autoridades também cumpriram mandados de prisão contra executivos do banco, incluindo o proprietário da instituição. A operação busca identificar a extensão das irregularidades e recuperar valores desviados.
O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master após identificar fragilidades graves na condução das atividades financeiras. A medida tem como objetivo preservar o sistema financeiro e permitir que um interventor analise as contas, contratos e a real dimensão das perdas.
De acordo com a PF, o esquema se baseava na criação e negociação de títulos sem lastro, prática que teria se repetido por anos. A suspeita é de que o dinheiro movimentado abastecia empresas do mesmo grupo econômico, aprofundando o prejuízo e mascarando a real situação financeira do banco.
A investigação também levanta dúvidas sobre a atuação de sócios e gestores que tinham acesso direto às operações internas. Os agentes afirmam que há indícios de fraude estruturada, com participação ativa da alta direção e uso de empresas paralelas para ocultar recursos.
A PF reforça que a operação faz parte de uma estratégia mais ampla de combate a crimes contra o sistema financeiro, com foco na descapitalização de grupos que utilizam estruturas bancárias para praticar golpes. Segundo os investigadores, novas fases da operação não estão descartadas.
O Banco Central deverá apresentar relatórios detalhados sobre a situação do Master nas próximas semanas, enquanto a PF segue analisando documentos, contratos e fluxos financeiros. O desfecho do caso dependerá da conclusão das perícias, do rastreio dos valores e da responsabilização civil e criminal dos envolvidos.
