
Quase metade dos trabalhadores da saúde cearenses precisam de apoio psicológico durante a pandemia, de acordo com dados preliminares de pesquisa da Escola de Saúde Pública Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). No total, participaram 551 profissionais, sendo 392 de Fortaleza e 159 do Interior do Estado.
Dentre as pessoas ouvidas pelos pesquisadores, 5% foi identificada com sofrimento psíquico grave, com risco de suicídio. A pesquisa, que continuará durante os próximos meses, encontrou indícios de possibilidade de transtornos ansiosos ou depressivos em grupo considerável de trabalhadores da área que atuaram diretamente com a pandemia do novo coronavírus.
Jadson Franco, supervisor do Centro de Investigação Científica da ESP/CE, explicou que a intenção dos estudos é recomendar e discutir a criação de políticas públicas para a saúde mental no Ceará. Ele garante ainda que as pessoas que estão sendo identificadas com transtornos mentais mais graves estão sendo amparadas pela equipe do órgão, com disponibilização de psicólogos e psiquiatras.
“Não podemos mais tratar da saúde mental sem os dados concretos. A pesquisa surgiu dessa lacuna de conhecimento que temos em relação à Covid-19, inclusive em relação aos efeitos psicológicos que a doença pode causar”, explicou o especialista. Foram consultados profissionais de 65 cidades cearenses, sendo 80% trabalhadores do serviço público.